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1ª Marcha das Mulheres Negras

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“Esperamos colocar em Brasília o maior número possível de mulheres negras, pois, se formos para a rua com um número significativo, teremos condições de estabelecer diálogos e a marcha é uma das formas que temos, para fazer pressão política”, relata Valdeci Nascimento, integrante da Rede de Mulheres Negras e do Odara (Instituto da Mulher Negra) que esteve presente na coletiva de imprensa, no Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO), no dia 13 de novembro, para divulgar a 1ª Marcha das Mulheres Negras 2015, que aconteceu em Brasília até o dia 18 de novembro e contou com o apoio institucional da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.

A marcha reúne mulheres de todos os estados. Na Bahia, a saída rumo à capital federal aconteceu no dia 16 de novembro, às 20h, em Salvador, na praça do Campo Grande, onde estavam reunidas cerca de 200 mulheres com um único objetivo de combater o feminicídio da raça negra, racismo e lutar pelo bem viver. A visita à Brasília teve como objetivo apresentar à presidente Dilma Roussef os índices expressos pelo Mapa da Violência 2015.

A Região Nordeste ocupa lugar de destaque pelo elevado crescimento das taxas de feminicídio com um índice expressivo de 79,3%, em dez anos. A Bahia é o terceiro estado onde esse tipo de violência cresce vertiginosamente.

“Procuramos, nesse movimento, lutar por garantias dos nossos direitos porque, de acordo com o mapa da violência, somos a raça com maior número de mortalidade e várias outras questões, como acesso à educação e à saúde. Creio que representando também a juventude, como mulher negra, temos que reivindicar por melhorias. Já conseguimos as cotas, mas, ainda é muito pouco se relacionarmos com determinadas situações que sofremos”, explica a estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal da Bahia e estagiária do Odara, MaiahLunas.

Segundo a integrante da Rede de Mulheres Negras pelo Afoxé Kambalagwanze, Lindinalva de Paula, a mobilização é extremamente importante, pois demonstra que as mulheres despertaram e que o estado da Bahia está muito bem articulado com essa mobilização. “Nós não temos estrutura e recursos para garantir uma delegação mais representativa da Bahia, mas o estado, os 417 municípios estão coesos entre si e, isso, para a gente é um avanço. É sinal de que as mulheres negras colocam na pauta do dia o questionamento desse desenvolvimento em que somos excluídas e a política do bem viver”, conclui.

“Vamos para o parlamento para sair desse racismo porco que infelizmente ainda existe e pretendemos dar um grito que ecoe como se fosse uma erupção de um vulcão”, relata Rose Mafalda, conselheira do Conselho do Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDSN).

Para Cleuza Santos, do Sindicado das Trabalhadoras Domésticas, é estarrecedor a violência contra a mulher negra, não só na Bahia como em outros estados. ”Vamos marchar contra a violência e esperamos mais visibilidade para essas mulheres negras e guerreiras que tanto lutam em prol do crescimento do país”, finaliza.

Durante a marcha, foram realizadas apresentações da Banda Didá e o do Ilê Aiyê.

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