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PAES discute prevenção ao suicídio no âmbito da educação

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PAES discute prevenção ao suicídio no âmbito da educação
Encontro enfoca a importância de abordar o suicídio para que deixe de ser tabu


"Suicídio: o que a Educação tem a ver com isso?" – este foi o tema do fórum realizado pelo Programa de Ações e Estudos sobre o Suicídio (PAES), do curso de Psicologia da Bahiana, que aconteceu nos dias 27 e 28 de setembro, no Campus Cabula da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, em consonância com o Setembro Amarelo, movimento que chama a atenção para a prevenção ao suicídio. Diante da constatação do aumento dos índices de morte por suicídio entre crianças e adolescentes, no Brasil e no mundo, profissionais de todas as áreas mobilizaram-se em busca das causas para esse fenômeno.

Segundo o PAES, a culpa é atribuída, genericamente, aos lares desestruturados, aos abusos de substâncias e de consumo do universo digital, à divulgação de exemplos nefastos nas redes sociais, ao sistema educacional, que pressiona e massifica, aos transtornos mentais, ao bullying, dentre outros. No entanto, a formação especializada ainda é fração ínfima das políticas públicas e das iniciativas privadas. Profissionais que se deparam com o problema não sabem como atuar preventivamente e, menos ainda, quando a tentativa de suicídio é realidade. "É preciso falar sobre o suicídio" – essa é a frase que ecoa insistentemente. "O suicídio é considerado quase como uma epidemia na saúde, e a gente percebe uma carência infinita de ações preventivas, ações pós-suicídio, para os que ficam", conta a professora do curso de Psicologia da Bahiana e coordenadora do PAES, Aicil Franco. Segundo ela, o PAES é composto unicamente de alunos e ex-alunos da Bahiana e já tem estudantes de outras instituições integrando o grupo que vem realizando ações em escolas, hospitais e em igrejas.

Aicil reafirma a importância de se falar no suicídio, porém chama atenção para o fato de estarmos bem preparados para abordar o tema: "Falar adianta, sem dúvida nenhuma. Por que é importante falar? Porque, se a gente não fala, vira mito, tabu ou algo a ser escondido. Falar sobre suicídio facilita para que as pessoas que estão sofrendo silenciosamente pensando, arquitetando formas de se matar, consigam falar, consigam pedir ajuda e perceber que existem formas de minimizar aquele sofrimento e não tirar a própria vida. Então falar é importante. Mas temos discutido muito no nosso grupo sobre o que falar e como falar. Não basta falar, a gente precisa ter especialistas no assunto, precisamos multiplicar o nosso conhecimento para que professores de escolas públicas, atendentes e técnicos de hospitais saibam ouvir a pessoa que está querendo se matar ou que tentou se matar. Ainda encontramos muito preconceito, muita rejeição, muita culpabilização para com aquele que tentou suicídio, não temos compreensão de que aquela pessoa tem um sofrimento muito grande, às vezes até uma doença, é importante falar, mas é importante saber falar, como e quando".

A mesa de abertura contou com a participação da coordenadora do curso de Psicologia, a professora Sylvia Barreto, e da coordenadora de Desenvolvimento de Pessoas, Luiza Ribeiro, que, na ocasião, representou a reitora da Bahiana, a Dra. Maria Luisa Carvalho Soliani. Juntas elas abordaram a temática "Suicídio e Educação: o que a Bahiana tem a ver com isso?”. Na ocasião, foram apresentadas diversas ações que são realizadas com colaboradores e alunos, no sentido de promover a eles melhor qualidade de vida como forma de prevenção e de preservação da saúde mental.

Sylvia Barreto explica que o PAES surgiu em 2015, a partir de uma demanda de estudantes graduandas do curso de Psicologia, que consistiu na realização de Trabalhos de Conclusão de Curso sobre o tema, o que levou a montarem, juntamente com professora Ailcil, o grupo de estudos que acabou culminando em outras ações. "Isso mostra como o nosso currículo é vivo e transversal. Os conteúdos estão dentro dos componentes curriculares, mas a gente pode desenvolver competências, neste caso, a temática do suicídio e da saúde mental de várias formas. Sabemos que o sofrimento psíquico está aí, é complexo e está na clínica e em outros espaços de atuação da psicologia e o PAES é mais uma estratégia para a gente discutir essas questões."

Luiza Ribeiro explica que as ações desenvolvidas com a comunidade da instituição visam sempre à prevenção e à promoção da saúde: "Desenvolvemos um olhar holístico sobre as pessoas que trabalham aqui e os cuidados que devemos ter com elas, porque essas pessoas formarão pessoas que cuidarão de outras pessoas. Então todas as ações que desenvolvemos, sejam elas formativas ou recreativas, são ações sociais que dão sentido ao nosso fazer, ao nosso trabalho. Quando apresentamos a estrutura da Bahiana, dizemos que trabalhamos na prevenção e na promoção da saúde, e isso é percebido pelos alunos, professores,  colaboradores da Bahiana e pelos que convivem no entorno da instituição. As pessoas têm na Bahiana uma referência enorme de alegria, arte e cuidado".

Durante os dois dias, foram realizadas diversas mesas-redondas, além das oficinas: "Suicídio, Educação e Relações Raciais"; "Suicídio, Educação, Sexualidade e Gênero"; "Suicídio, Educação e Redução de Danos"; "Uso da arte como fator protetivo"; “Habilitando profissionais para o trabalho com o suicídio" e "Tentativa de suicídio e primeiros socorros".

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