Dia do Portador de Marca-Passo
23/09/2014
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O dia do portador de marca-passo foi celebrado com uma programação especial na manhã desta terça-feira, 23 de setembro, no Ambulatório Docente-Assistencial da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (ADAB). A ação foi coordenada pela cardiologista Lenises de Paula van der Steld, numa iniciativa do Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial (DECA) da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV), com o apoio da Bahiana.
Os visitantes puderam realizar aferição de pressão arterial e índice glicêmico além de receber orientações e material informativo sobre o uso de marca-passo. A programação contou com a participação de portadores de marca-passo que interagiram com os visitantes e com a imprensa esclarecendo dúvidas e relatando um pouco de sua experiência.
Segundo a Dra. Lenises de Paula van der Steld, “o objetivo principal de se celebrar o Dia do Portador de Marca-Passo é divulgar os benefícios que ele oferece a pessoas com problemas como as arritmias cardíacas e os cuidados que o portador do eletrodo deve ter para uma boa qualidade de vida”.
Segundo ela, o sistema elétrico do coração pode, eventualmente, apresentar bloqueios que impedem a passagem do impulso elétrico, fazendo com que ele bata mais lentamente. O resultado disso é a arritmia conhecida como bradicardia ou batimentos lentos do coração, que podem ser acompanhados também de desmaios, tonturas ou fadiga. A depender da gravidade dos sintomas, pode haver necessidade de implantar um marca-passo artificial.
O marca-passo é um dispositivo leve e pequeno que serve para estimulação elétrica através de um gerador de pulsos e eletrodos. O gerador elétrico é composto por um circuito eletrônico miniaturizado e uma bateria compacta. Ele monitora a atividade cardíaca e, quando não há nenhuma pulsação natural, libera um impulso elétrico que causa a contração do músculo cardíaco. O dispositivo fica ligado ao coração através de eletrodos, por meio dos quais os sinais elétricos são transportados do coração para o aparelho e do aparelho para o coração.
Mitos e verdades
De acordo com a cardiologista, praticamente todos os eletrodomésticos não causam interferência no marca-passo, com exceção do forno micro-ondas. Neste caso, o portador do dispositivo deve se distanciar pelo menos três metros enquanto ele estiver em uso.
Com relação ao aparelho celular, o usuário deve evitar utilizá-lo do mesmo lado onde está implantado o marca-passo. E, quanto às portas detectoras de metais, o seu portador pode passar rapidamente ou apresentar a sua carteirinha, que o identifica como usuário do dispositivo, ao responsável pela segurança para que tenha o acesso pelas portas normais – nos casos de bancos, aeroportos e lojas.
O cinegrafista Ademário Silva, 44 anos, conta que até dois anos atrás era um atleta. “Corria sete quilômetros por dia, praticava atividade física, até que um dia eu acordei tonto. Então, há dois anos, tive a orientação de Dra. Lenises de colocar o marca-passo, porque a minha qualidade de vida estava péssima. Sentia muita tontura, mal-estar, indisposição para trabalhar. Hoje a minha vida mudou cem por cento. Faço tudo, tenho alguns cuidados, como a porta giratória, mas, fora isso, faço tudo normal”.
Para a juíza Neusa Nascimento, de 65 anos, a tontura também era recorrente e ainda vinha acompanhada de desmaio. A suspeita de labirintite logo evoluiu para bradicardia, quando foi encaminhada para o consultório da Dra. Lenises de Paula van der Steld. Ela conta que as pessoas que convivem com ela ainda têm muita preocupação, mas por desconhecerem o assunto, porque o portador de marca-passo pode levar uma vida plenamente dentro da normalidade. “Eu faço tudo. Só não abuso. Uso o celular do lado contrário ao do marca-passo, não uso micro-ondas, para proteger a mim e ao meu aparelho. Levo uma vida normal, sadia e com alegria. A alegria não desapareceu”.
Já há 11 anos como portadora de marca-passo, a carnavalesca e fã de Bel Marques, Dalva de Jesus Aguiar, de 78 anos, conta que antes de implantar o dispositivo sentia muita indisposição e taquicardia, quando foi encaminhada ao consultório da cardiologista. Permaneceu acompanhada por dois anos e, ao final desse período, veio a notícias de que precisaria implantar o marca-passo. “Eu levei um tempo ainda meio abatida, mas depois que fazemos o implante, chegamos à conclusão de que é uma banalidade e a qualidade de vida melhora mil por cento. Eu faço tudo, vou a tudo, trabalho nos meus afazeres em casa. Vou atrás de Bel Marques, sou apaixonada por ele, por Ivete Sangalo. Não sinto nada! É uma folia eterna!”, comemora.