8ª Jornada de Enfermagem da Bahiana discute a ética na profissão
Programação diversificada contou com Seminário de Pesquisa e Encontro de Engressos.
13/05/2016
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Pesquisa, extensão, arte e ciência foram a verve da 8ª Jornada de Enfermagem da Bahiana que este ano teve como tema central "O ser ético na contemporaneidade". O evento que também contou com o III Encontro de Egressos do curso de Enfermagem e com o II Seminário de Pesquisa GEPEN/NUPEIS, aconteceu nos dias 11 e 12 de maio, na Unidade Acadêmica Cabula. "No semestre anterior, fizemos visitas às salas de aula, levantamos, juntamente com os alunos, temas que os inquietavam e, a partir daí, a jornada foi pensada com as oficinas dando conta de temas que eram diversos, mas usando como um fio condutor o ato profissional, o como agimos nesse nosso mundo hoje e como a enfermagem se oferece nisso. Nas discussões, sempre havia uma preocupação sobre como se promove a saúde hoje e a conduta dos profissionais de saúde frente a essas demandas da sociedade e, então, chegamos ao entendimento de que o tema era a ética na contemporaneidade que é absolutamente alinhado com o que estamos vivendo no mundo e no Brasil", conta a coordenadora do curso de Enfermagem, Prof.ª Cristiane Magali Freitas dos Santos.
A conferência de abertura ficou por conta do médico, filósofo, psicólogo, mestre e doutor em Educação, André Luiz Peixinho. Em sua fala, o palestrante abordou o conceito de moral e ética e as diversas circunstâncias em que o sujeito será levado a decisões que podem pedir que o valor da vida venha antes de padrões éticos.
"Em termos de produção de conhecimento, vamos trabalhar a base, ampliando e reforçando a ética em tudo que o estudante faz. Porque a ética começa na ética pessoal, em que a gente atua sem que as pessoas estejam nos vendo, nos censurando, nos cobrando. Para que ele possa levar esse sentido para qualquer lugar onde ele esteja, como se ele estivesse sempre com alguém olhando para ele. E esse tema é atual para o nosso país, para o nosso momento e também atual na nossa formação, nos profissionais de enfermagem", declarou a Prof.ª Robélia Dórea da Silva, coordenadora geral da jornada.
O momento de abertura também contou com uma apresentação dos integrantes do grupo Terapeutas do Riso, Dalvinha Gomes e Edmar Dias que mostraram o trabalho desenvolvido pela entidade que tem como missão contribuir no processo de cura de crianças e adultos hospitalizados, tirando o foco da dor e aliviando o sofrimento da internação.
Durante o primeiro dia de jornada, foram realizadas diversas atividades como a mesa-redonda sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem, um talk show sobre Suporte Paliativo, além de oficinas.
Na quinta-feira, os trabalhos tiveram início com uma apresentação do Balé do Teatro Castro Alves, abordando o entendimento da linguagem do corpo. “Após definirmos o tema, criou-se também a certeza de que não poderíamos abordá-lo de uma forma apenas técnica, descritiva, teórica, mas que era preciso trazer outros olhares para essa reflexão. E aí surgiu a questão da arte e, por isso, tivemos na programação a apresentação do Balé do Teatro Castro ALves (BTCA) com a temática do corpo que se movimenta, o corpo que cuida e essa ética de perceber a linguagem não verbal no cuidar”, esclarece Prof.ª Cristiane Magali.
O segundo dia de jornada contou também com o II Seminário de Pesquisa GEPEN/NUPEIS, com o tema "Ética, Bioética e Estatística nas Pesquisas em Saúde”. "Nós precisamos nos aproximar do curso cuja proposta do próprio projeto político-pedagógico já prevê um currículo, não só de transmissão de conhecimento como de criação de conhecimento e a pesquisa acontece justamente nesse contexto. É mais um instrumento para fomentar a criação dentro do curso. E eventos como a 8ª Jornada de Enfermagem da Bahiana chegam nesse contexto, na perspectiva do pensar na pesquisa, a extensão e na criação que é o que chamamos de inovação", declarou o coordenador de Pesquisa e Inovação da Bahiana, Prof. Atson Fernandes.
Um exemplo de como a Bahiana vem promovendo e fomentando no estudante a importância da pesquisa, a aluna do 7º semestre, Laila Farias, conta que seu despertar como pesquisadora deu-se logo no início do curso. "Minha carreira como pesquisadora começou desde o início do curso, quando uma colega entrou na sala para mostrar o seu pôster à professora. E eu, logo no 1º semestre fui para um congresso de enfermagem, onde vi algumas estudantes apresentando trabalhos e eu coloquei aquilo como meta para mim, de que eu estaria, no ano seguinte, apresentando o meu trabalho naquele congresso. E, no ano seguinte, eu estava lá apresentando meu trabalho sobre Osteoporose", conta Laila, acrescentando que isso só foi possível pelo apoio e orientação da Prof.ª Cristiane Libório que aceitou orientar uma graduanda de 1º semestre. Hoje, Laila é bolsista PIBIC na FioCruz, em que participa de um projeto de pesquisa sobre leishmaniose.
Sobre o tema da jornada, a estudante coloca que "a instituição dá base para conseguirmos corresponder de uma forma adequada nas instituições aonde vamos, através das práticas, dos estágios, que começam desde o início da graduação e eu acho que bate com a realidade daquilo que aprendemos em sala de aula. Aqui, dentro da instituição, temos segurança, estamos em um "mundo perfeito" e lá fora somos colocados à prova para realmente testar o nosso conhecimento, mas, além da base teórica que a gente tem, existem os valores de cada um que são colocados à prova quando estamos em campo ou até mesmo quando estamos desenvolvendo atividade de pesquisa, a partir das expectativas que são esperadas de nós e dos objetivos que queremos alcançar".
Outro ponto alto da programação foi o III Encontro de Egressos do curso de Enfermagem, com a participação de ex-alunos da Bahiana."A programação também conta com o encontro de egressos que já acontece há três anos, com a participação de ex-alunos que já estão no mercado de trabalho e são profissionais que se destacam nesses espaços. Eles vêm trazer a beleza dos depoimentos porque é importante para os que estão se graduando ouvir aquele que é tão perto dele, que passou pelo que ele está passando e como é sua experiência no mundo do trabalho", explica Prof.ª Cristiane Magali.