Bahiana promove III Fórum de Atividade Física, Promoção da Saúde e Qualidade de Vida
Evento contou com a presença de grandes palestrantes e temáticas diversificadas.
20/09/2018
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A Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública realizou o III Fórum de Atividade Física, Promoção da Saúde e Qualidade de Vida. O evento aconteceu no dia 15 de setembro, no Campus Cabula, das 08h às 16h, sob a coordenação do professor e mestre Ciro Oliveira Queiroz.
Estudantes e profissionais da área de Educação Física, Fisioterapia, Nutrição, Medicina e Enfermagem puderam participar de uma ampla discussão acerca da inclusão de pessoas, sejam elas com deficiência, negras ou transgêneros, nos esportes e na prática de atividade física.
O fórum teve abertura com a palestra “Princípios Éticos e Morais da Participação dos Transgêneros nos esportes”, explanada pelo professor Murilo Santos, que destacou o papel da educação física na inclusão de gênero e fortalecimento das relações dentro do âmbito esportivo. Em seguida, houve discussões sobre o treinamento de alto rendimento no esporte paraolímpico e as diferenças étnicas e raciais com relação à força e potência muscular.
A conferência “Desempenho em Eventos de Força e Potência no Alto Rendimento: um olhar para diferenças étnicas e raciais” teve coordenação do professor e doutor Hélio Campos. Já o professor Ciro Oliveira coordenou a roda de conversa “Quais os Rumos do Esporte Quando se Pensa em Gênero, Raça e Inclusão de Pessoas com Deficiência?”
Ciro explica como o evento foi pensado: “precisávamos discutir questões éticas, raciais e de inclusão social, desde a educação, principalmente em ambientes de crianças escolares, até o alto rendimento. Por isso, trouxemos professores que trabalham nesses campos de inclusão social”. Desse modo, a programação foi elaborada levando em consideração temas bastante atuais. O professor acrescenta que a proposta foi ir além dos muros da universidade para entender a prática e mostrar aos estudantes e profissionais como eles poderão trabalhar essas questões.
Clarcson Plácido, coordenador do curso de Educação Física, observa que, com o crescimento e a grande discussão que se tem feito em torno da diversidade de gênero e raça, a educação física, por ser uma área democrática e versátil, necessita estar atenta à inclusão. “O esporte precisa levantar questões em relação aos aspectos atitudinais, ou seja, nós, profissionais, precisamos aprender a lidar com essas pessoas, respeitando as diferenças”, relata Clarcson ao evidenciar, a exemplo dos esportes de alto rendimento, a discussão sobre a participação de transgêneros em determinadas modalidades. “As evidências relacionadas a esses assuntos e de como isso tem influenciado não só o alto rendimento, mas também o surgimento de novos talentos, ou mesmo, beneficiado o esporte voltado para a saúde, vieram à tona de forma aberta e acolhedora nesse fórum”, descreve.
O professor de Educação Física da rede pública de ensino, Emanuel Santos, abordou as barreiras que a pessoa com deficiência enfrenta no dia a dia, desde a formação de vínculos socioafetivos até o aprendizado escolar, incluindo a rotina de atividade física nas instituições. Ele destaca a importância do evento: “um fórum dessa magnitude dentro de um ambiente acadêmico é extremamente essencial. Devemos manter a capacitação. O período de aprendizagem deve ocorrer constantemente”. Emanuel considera que a presença de acadêmicos, mestres, doutores e profissionais de diversas vertentes traz uma grande diversidade para quem trabalha com o esporte numa perspectiva inclusiva.
Paulo Adriano Schwingel, professor universitário da UPE – Universidade de Pernambuco, palestrou sobre o treinamento para pessoas com deficiência e parabenizou a Bahiana pela iniciativa, ressaltando que o III Fórum de atividade física foi extremamente relevante, do ponto de vista acadêmico e social: “A partir do momento que se tem um espaço para o debate sobre a educação física nas diferentes nuances da pessoa sem e com deficiência, indo da recreação até o treinamento esportivo, há uma enorme significância, em termos de conhecimento, para o estado da Bahia”.
Quanto ao tema elucidado, Schwingel apresentou como os profissionais de educação física, fisioterapeutas, médicos e nutricionistas podem atuar nas atividades esportivas para pessoas com deficiência, ilustrando as diferenças mecânicas, sociais e fisiológicas dessas pessoas. “A grande qualidade das temáticas fez com que o fórum fosse um momento ímpar, pois debateu ideias de toda a área da atividade física e saúde de maneira integrada. Acredito que o próximo deva contar com palestrantes médicos, psicólogos, enfermeiros e nutricionistas”, sugere Paulo Adriano.