Transformação Digital foi tema do XVI Fórum Pedagógico da Bahiana
Encontro virtual foi marcado pela troca de experiências pedagógicas, que permitiu o êxito das atividades acadêmicas da instituição em meio à pandemia da COVID-19.
24/08/2020
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A pandemia da COVID-19 convidou o mundo inteiro para uma reinvenção de si mesmo. Cada um, em sua singularidade ou coletividade, foi impulsionado a refletir sobre suas fraquezas e potencialidades. Criar e empreender novas formas de fazer e existir passou a ser rotina. Nesse turbilhão de novas sensações, o que era analógico, obrigatoriamente, passou a ser virtual, principalmente para aqueles que sabem que, para cuidar de si e do outro na prevenção e no cuidado com vidas, faz-se necessário o afastamento físico, o tão clamado distanciamento social. Nesse contexto global de inovações, a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública realizou o seu XVI Fórum Pedagógico no ambiente virtual da internet, trazendo como tema: “Borboleguins na transformação digital”. O evento telepresencial aconteceu nos dias 14 e 15 de agosto, com recorde de público de 303 inscritos.
Abertura
Sob o tema “Processo de Transformação Digital Institucional”, o Painel de abertura foi iniciado pela reitora da Bahiana, Dra. Maria Luisa Carvalho Soliani que, em sua fala, convidou os participantes para uma profunda reflexão sobre a atual situação e posição política do país frente aos impactos do novo coronavírus. "O dia é de festa, mas pede reflexão. Não temos mais dúvidas de que a pandemia que nos acomete. Não tem um vírus democrático o suficiente para atingir, de igual forma, ricos, pobres, brancos, índios e negros ou minorias desprivilegiadas, porque ele se esbarrou em três coisas muito brasileiras: a desigualdade social profunda, vergonhosa; a indiferença com o sofrimento daqueles que não fazem parte do nosso pequeno círculo de pessoas – atitude que, por vezes, penso beirar a psicopatia; e a terceira, o desgoverno que nos mata, confunde". Em sua fala, Soliani dividiu com os presentes a leitura do texto "A marcha dos mortos", da jornalista Eliane Brum, publicado no dia 7 de agosto, no jornal El País.
Maria Luisa finalizou a sua palestra reflexiva, mais uma vez, incentivando os professores, colaboradores e palestrantes convidados, que a ouviam, a seguirem se dedicando, com mais afinco, na transformação e nos enfrentamentos impostos pela pandemia da COVID-19. "Conclamo-os a dar o melhor de nós mesmos, como fizemos até agora, mesmo que esse melhor ainda seja falho ou, talvez, pouco, porque somos humanos e temos limites externos e internos. No entanto, sempre será possível olhar para nós mesmos e descobrirmos como fazer mais ou melhor, unindo forças e aumentando vínculos com comunidades que precisam de nós e de que nós também precisamos. Numa responsabilização coletiva pelo presente e pelo futuro. Conclamo, ainda, a continuarmos solidários, acolhedores, exercendo como profissionais da educação e da saúde, nossa responsabilidade imensa de formar cidadãos que, mais do que técnicos competentes, sejam seres humanos empáticos, amorosos e cheios de compaixão. Temos a sorte e o privilégio de constituirmos e construirmos juntos a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública”, declara.
Após o discurso de Dr.ª Maria Luisa, foi a vez da fala da pró-reitora de Ensino de Graduação e Pós-Graduação da Bahiana, prof.ª Maria de Lourdes Freitas Gomes. Segundo ela, a transformação digital da instituição teve início em 2001, com a implantação do sistema Sagres e, ano após ano, foi sendo aprimorada: "Nos reforçamos a partir dos nossos próprios valores institucionais. Passamos esse momento aprendendo e ensinando. Passamos muito tempo comunicando e servindo. O servir foi o acolher. Sobre o empreender, estamos empreendendo outras formas de fazer e isso nos dá uma sensação de dever cumprido. Vamos passar para o segundo semestre com novos desafios, mas estamos seguros e vemos o resultado do nosso esforço na satisfação dos docentes e dos discentes.”
Painel: Processo de transformação digital nos cursos de graduação
O segundo painel contou com as apresentações dos coordenadores da graduação que compartilharam suas experiências sobre a digitalização do processo ensino-aprendizagem em cada curso. "Como a comunicação facilitou o processo de transformação digital" foi o tema escolhido pelo coordenador do curso de Biomedicina, Geraldo Ferraro. O prof. Clarcson Plácido, coordenador do curso de Educação Física, apresentou a sua experiência sob o viés da temática "Aprendendo com o novo e criando utopias". "Gestão compartilhada e interdisciplinaridade" foi o mote escolhido pela coordenadora do curso de Enfermagem, Prof.ª Simone Passos, para falar do processo de adaptação dessa graduação. Por sua vez, a coordenadora do curso de Fisioterapia, prof.ª Luciana Bilitário, dividiu com os pares a sua vivência como líder, sob o tema "Empoderamento das lideranças do semestre e consolidação do trabalho por competência".
O segundo bloco do painel foi iniciado com a fala da coordenadora do NEAD e do curso de Informática em Saúde, a prof.ª Marta Menezes, na ocasião representando a Coordenação do curso de Medicina. Dentro do tema "Experiência com paciente simulado por ator em ambiente digital", ela apresentou alguns caminhos traçados na formação das competências no aprendizado médico. Dessa forma, foram apresentados relatos focados na relação médico-paciente, mesmo no ensino à distância.
"Criatividades e inovações metodológicas na educação digital" foi o tema do curso de Odontologia, outra formação também muito baseada na prática, apresentada pelo coordenador da graduação, prof. Urbino Tunes. O curso realizou novas formas de desenvolver as competências dos alunos, a exemplo de videoaulas, webconferências e fóruns de discussão, possibilitando também aos alunos a apresentação dos seus trabalhos em formato de vídeos.
A fala sensível da coordenadora do curso de Psicologia, prof.ª Sylvia Barreto, versou sobre o tema "Práticas exitosas e o trabalho coletivo". Em sua apresentação, a professora destacou a experiência da cartografia do isolamento social, desenvolvida com os estudantes do 4º semestre, em que os alunos mapearam suas casas e seus ambientes de rotina durante a quarentena.
Por fim, o tema "Práticas colaborativas e estratégias de cuidado" foi apresentado pela coordenadora do Núcleo Comum, prof.ª Luciana Oliveira que, com uma linguagem poética, compartilhou com os presentes a experiência de produção coletiva no processo de trabalho com os discentes. "Sabíamos que tínhamos muitos desafios, mas vimos que tínhamos também muita criatividade", destacou Luciana Oliveira.
Segundo dia de programação
Marca já consagrada nos eventos da instituição, o Coral Canta Bahiana abriu as atividades no segundo dia do fórum. Após a intervenção artística, foi a vez de os participantes serem conduzidos pela reitora a uma experiência meditativa e reflexiva sobre o contexto atual do país.
A última atividade pedagógica da programação foi a mesa “A aprendizagem mediada pela tecnologia digital”, que trouxe como convidados a pesquisadora e autora de livros e artigos na área de psicopedagogia e educação prof.ª M.ª Laura Monte Serrat Barbosa, com o tema "Como uma instituição aprende?"; o diretor de aprendizagem e conteúdo da Afya e o cofundador e membro do Conselho da Wide, empresa focada no desenho de projetos educacionais de vanguarda, prof. Dr. Rodrigo Paiva, que falou sobre "Os impactos do presente no futuro breve da educação de adultos. Desafios, cases e o novo papel do professor", e o prof. Dr. Humberto Castro Lima Filho, diretor médico da Bahiana Saúde e docente da instituição, que apresentou uma reflexão sobre "A Neurociência pode me ajudar a ser um professor melhor?". A atividade foi mediada pela prof.ª Marta Menezes e contou com mais de 210 participantes.
A grande surpresa deste ano foi a premiação especial do troféu Borboleguim de Ouro, que foi dedicado a todos os docentes pelo comprometimento e esforços em oferecer aos estudantes o melhor aprendizado, de forma acolhedora e humanizada. Assim, todos os participantes receberam uma versão 3D da premiação em seus celulares.