Reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais. Esse é o principal objetivo da campanha Julho Amarelo, promovida pelo Ministério da Saúde. Segundo o estudo científico "Public knowledge and attitudes toward liver diseases and liver cancer in the Brazilian population: a cross sectional study", realizado pelos professores Paulo Bittencourt e Liana Codes, em parceria com pesquisadores docentes do Hospital Português, da Universidade Federal de São Paulo e do Instituto Datafolha, grande parte da população brasileira não acredita que as hepatites B e C possam ser causa de cirrose e câncer. Apenas metade diz ter se testado para as hepatites virais ou ter tomado as três doses de vacina para a hepatite B. O estudo foi publicado neste mês, na revista científica The Lancet Regional Health – Americas.

Segundo o professor Paulo Bittencourt, há um déficit de conscientização da população quanto à importância de gerenciar a sua própria saúde. "Noventa por cento das pessoas sabem que o teste é disponibilizado pelo SUS, mas a maioria não se sente motivada para realizar um teste rápido para as hepatites, disponível em quase todas as unidades básicas de saúde. As hepatites virais têm tratamento altamente eficaz, custeado pelo SUS e, mesmo assim, muita gente negligencia a sua testagem e tratamento, desconhecendo que as hepatites podem se associar a doenças graves, que requerem, muitas vezes, a realização de transplante de fígado", alerta o médico.

No mês em que as unidades de saúde alertam para a prevenção e cuidados com as hepatites virais, o professor ainda assinala que as hepatites virais acometem cerca de um milhão de pessoas no Brasil e que podem levar à cirrose e ao câncer de fígado. A Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, por meio da Bahiana Saúde, disponibiliza, diariamente, ambulatório com atendimento para rastreamento e acompanhamento de pacientes.