Pesquisa e Inovação

Editor-executivo do Bahiana Journals representará instituição em encontro sobre Ciência Aberta

1º Encontro de Tecnologias e Ciência Aberta será realizado pelo ICICT/ Fiocruz, no Rio de Janeiro, com transmissão on-line.

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A Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública será representada pelo professor da instituição e editor-executivo do Bahiana Journals, João de Deus Barreto Segundo, no 1º Encontro de Tecnologias e Ciência Aberta, que será promovido pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (entidade ligada à Fiocruz), nos dias 26 e 27 de junho, no Rio de Janeiro, com transmissão on-line. Nesta primeira edição, o encontro traz como tema "Desafios da comunicação científica: ciência aberta, sustentabilidade e OJS (Open Journal Systems)".

"Ciência aberta: uma questão de infraestrutura ou de comportamento?". Este será o tema da palestra do professor João de Deus, que ocorrerá no primeiro dia do evento e poderá ser assistida pelo canal da Fiocruz no YouTube. Segundo o docente, o conceito de Ciência aberta diz respeito, resumidamente, ao conjunto de infraestruturas, práticas e procedimentos propostos nas últimas três décadas por diversos agentes do ecossistema de pesquisa e publicação científica, capazes de permitir maior transparência e, subsequentemente, maior reprodutibilidade à produção científica contemporânea. "Vai desde a proposta de acesso livre e imediato ao conteúdo publicado (Acesso Aberto) até o compartilhamento de datasets e código para retestagem independente dos resultados das pesquisas de outros cientistas. O movimento em prol dessa reforma não é monádico e nem uniforme, sendo descentralizado e plural em vozes. Contudo, em geral, essas vozes visam ao aumento da confiabilidade dos relatos de pesquisa. No fim das contas, é uma jornada em prol de uma melhor ética em publicação científica". Alinhado ao movimento pela Ciência Aberta, João de Deus ressalta, “pagar caro para publicar ciência pouco transparente, em um contexto em que há cada vez mais pesquisadores e cada vez menos verba de fomento, é insustentável. Cada vez que o fomento é alocado para pagar taxas de publicação, ele deixa de ser alocado para a compra de insumos, melhoria de infraestrutura de pesquisa e qualificação de recursos humanos nacionais através de bolsas”.

De acordo com João de Deus, as principais barreiras encontradas para essa abertura da ciência são editoras transnacionais que visam ao lucro, configurando oligopólio e a falta de legislação adequada para regular o setor de publicações científicas. "Se fosse um oligopólio de produção de petróleo ou de microchips, algum órgão regulatório de alcance internacional já teria opinado. Ou seja, são empresas lucrativas que não são tratadas como empresas pelos governos. Há o argumento de que o sistema de incentivos (para acesso a fomento) valoriza as revistas de maior desempenho de citação, que, geralmente, pertencem a editoras comerciais do oligopólio, com o qual concordo. E há, ainda, uma dimensão de irracionalidade por parte dos pesquisadores: se revistas comerciais são menos transparentes, por que autores as preferem? Será que os pesquisadores estão consumindo conteúdo científico por marca e não por qualidade científica?", questiona. Todo o conteúdo das revistas científicas que compõem o portal Bahiana Journals estão disponíveis para acesso e download gratuito na modalidade Acesso Aberto Diamante.