"A prática em Psicologia no Ambulatório de Atendimento à Pessoa Trans: desafios, conquistas e perspectivas.” Este foi o tema da aula inaugural do componente Desenvolvimento do Ciclo de Vida I, do curso de Psicologia, que aconteceu na manhã de 9 de agosto, no Campus Brotas. O tema escolhido dialoga diretamente com a temática adotada pela Bahiana para receber os seus novos alunos da graduação do semestre 2024.2: "Diversidade, Equidade e Inclusão na formação em saúde", cuja programação teve início no dia 2 de agosto, com uma live no canal da instituição no YouTube. Ao longo da semana, os novos alunos do curso de Psicologia participaram de diversos encontros com núcleos acadêmicos, palestras e diálogos. A atividade realizada no dia 9 de agosto encerrou a programação, apresentando aos novos da Bahiana a prática da instituição em DE&I, por meio de seu Ambulatório de Atendimento à Pessoa Trans.

A aula inaugural constituiu-se em uma mesa-redonda que contou com a participação da professora Carle Porcino, psicóloga do Ambulatório, e dos acadêmicos Antônio Eduardo Marques, Bruno Castro Dantas, Maria Fernanda Britto, entre outros. “Sempre vivi em uma realidade em que não existe essa questão de pessoas LGBT+ e, quando existe é longe de mim. Meus amigos, na maioria, são ‘héteros’, eu não tenho nenhum conhecimento de alguém da minha família que sofreu com isso. Então, ontem, no encontro com a Liga Acadêmica de Gênero e Sexualidade, eu fiquei chocada com o que eu vi, porque era uma realidade completamente diferente da minha, e eu nunca imaginei que fosse tão dolorido. Então eu quero saber mais. Como futura psicóloga, quero conhecer mais para poder reconhecer pessoas como pessoas e não como imposições da sociedade. Foi um choque bom, um choque de conhecimento!”, declarou a estudante do 1º semestre de Psicologia Maria Luiza Fonseca Carmo.

"A Bahiana tem ousado em discutir a temática sobre as transgeneridades a partir de uma pessoa trans. O movimento transnacional brasileiro compreende que, nas discussões sobre pessoas trans, é preciso que pessoas trans estejam presentes, é o nosso lema: ‘Nada para nós e/ou sobre nós sem nós’. Pensar a construção do Ambulatório na Bahiana, dentro do ADAB, que é um ambulatório docente-assistencial, é primordial, é uma experiência ímpar dentro do processo de formação, tanto para trabalhadoras e trabalhadores, mas também para futuros profissionais do campo da saúde. Espaços como esses promovem mudanças no campo da saúde e podem transformar vidas que, hoje, aqui estão e das que futuramente estarão em seus espaços de trabalho cuidando e atendendo tantas pessoas. O que nós, pessoas trans, precisamos e conclamamos é que sejamos escutadas enquanto pessoas. A transgeneridade é uma nuance das nossas vidas", declarou a professora Carle Porcino que, na ocasião, também compartilhou a sua história de vida como uma mulher trans.