Multidimensionalidade do Cuidado em Saúde é tema da 24ª Mostra Científica e Cultural da Bahiana
Evento aconteceu nos dias 18 e 19 de outubro, reunindo centenas de pessoas no Campus Cabula.
24/10/2024
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A Multidimensionalidade do Cuidado em Saúde – esta foi a temática escolhida para a 24ª Mostra Científica e Cultural da Bahiana (MCC), que aconteceu nos dias 18 e 19 de outubro, abarcando uma diversidade de ações e iniciativas, como o 14º Fórum de Pesquisadores da Bahiana, a 22ª Jornada de Iniciação Científica e Tecnológica (PIBICT), oficinas, minicursos, tendas artísticas, culturais e de saúde popular, feira de economia solidária, além de ações de responsabilidade social para crianças, jovens e idosos. A abertura oficial aconteceu na tarde do dia 18/10, com uma roda de conversa com as convidadas Maria Inês da Silva Barbosa, doutora em Saúde Pública (USP) e pioneira em Saúde Pública da População Negra no país, e a fisioterapeuta e doutora em Saúde Pública, pela UFBA, Vanessa Pataxó, originária da aldeia Pataxó Coroa Vermelha, do extremo sul da Bahia. O encontro foi mediado pela professora do curso de Psicologia Veridiana Machado.
Na ocasião, as convidadas da mesa discutiram o processo de decolonização e a construção de uma saúde integral, por meio do respeito à autenticidade das diversas cosmologias que compõem a cultura brasileira. A pró-reitora de Extensão da Bahiana e coordenadora geral da MCC, prof.ª Carolina Pedroza de Carvalho Garcia, explica que a escolha do tema visa provocar uma reflexão na comunidade da Bahiana de como é que se pensa o cuidado em saúde para além do conhecimento científico acadêmico. "É importante a gente pensar nas diversas formas de cuidado a partir das diversas formas de viver das pessoas. Quando falamos em bem-viver isso não é igual para todas as pessoas. Se ele não é igual para todas as pessoas, o processo de cuidar também não é. Mas, para que eu identifique esse processo de cuidar que precisa ser singular, eu preciso compreender essa multidimensionalidade desse ser e da importância desse cuidar", afirma a docente. Ao todo, a MCC recebeu 724 inscritos, entre estudantes que apresentaram trabalhos e os que participaram como visitantes da mostra.
Neste ano, a MCC recebeu 22 comunidades parceiras, cuja presença no evento a pró-reitora justifica pela importância de promover uma quebra de paradigma na formação do profissional de saúde, de que se deve construir o saber com as pessoas e não para elas. "Na MCC, a gente tenta sensibilizar o tema de diversas formas: com oficinas, rodas de conversa e, também, com a participação das pessoas, por isso essa Mostra conta com 22 comunidades parceiras que estão aqui porque fazem parte de pensar a ciência e o cuidado em saúde e para a formação em saúde. Precisa ser com essas pessoas e não para essas pessoas. Então, mudar esse paradigma é um exercício difícil, complexo e que exige persistência. E a gente acredita que o cuidado e a formação em saúde precisam ser com as pessoas. Por isso, queremos que, cada vez mais, a comunidade esteja aqui dentro e que a gente esteja dentro das comunidades, para que possamos mudar a visão de pensar a saúde, a partir dessa multidimensionalidade", finaliza.