Comunidade Bahiana recebe Eline Kullock
Especialista na Geração Y apresenta palestra sobre convivência entre diferentes gerações e lota auditório da Unidade Acadêmica Cabula por dois dias.
06/04/2011
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Auditório lotado. Expectativas a mil. Professores, estudantes, pais e filhos a postos para ouvir o que a especialista em conflitos de gerações, Eline Kullock, tem a dizer. E ela nos fala como uma companheira de trabalho, de escola, de faculdade. A convite da Bahiana, Eline apresentou a palestra “Convivendo com as diferentes gerações” que levou os participantes a refletirem sobre uma melhor convivência entre pais e filhos, professores e estudantes, chefes e funcionários. Idades diferentes, questões semelhantes. Como se fazer entender neste mundo de pessoas tão diversas?
E nesse caminho, professores, diretores e coordenadores pedagógicos de escolas do ensino médio estiveram na Unidade Acadêmica Cabula, na noite de 31 de março, a convite da Bahiana, para um encontro com Eline. No dia seguinte, foi o momento de pais e estudantes do ensino médio e calouros da Bahiana participarem do encontro, no total, 450 pessoas presentes. E dessa vez o evento foi transmitido em real time, pelo Twicam da Bahiana.
Em sua apresentação, que pode ser considerada uma “palestra-show-multimídia”, a presidente do Grupo Foco, uma das maiores empresas de recursos humanos do Brasil, mostrou como é o perfil de cada geração, desde os veteranos, nascidos antes da segunda guerra mundial, até os jovens que hoje estão no ensino médio, nas faculdades e até mesmo no mercado de trabalho, os famosos “meninos” da Geração Y.
Linguagem, roupa, enfim, estilos de vida diferentes, presentes num mesmo ambiente, seja a casa, a escola, o trabalho. Como melhorar o respeito, a comunicação e, principalmente, as relações entre essas pessoas? Um dos principais conselhos de Eline: “com muito diálogo”.
Um dos pontos apontados pela palestrante como determinantes na construção do que ela chamou de modelo mental é a tecnologia. E falar em tecnologia, no mundo de hoje, é falar em internet, I-Phone, I-Pod, I-Pad, SMS, MSN, Facebook, Twitter, Orkut, Sonic etc.. Como ilustração da forte influência dessas ferramentas, Kullock apresentou, entre os vídeos de sua apresentação, uma paródia do filme “A Queda”. O vídeo apresenta, de forma cômica, como essas novas ferramentas de comunicação têm invadido os ambientes de trabalho, o que pode ser também transportado para a escola, faculdade e ambientes sociais de convivência.
Confira o vídeo, aprenda, divirta-se e compartilhe em seu perfil.
Segundo Eline, uma das diferenças, entre as gerações, potencializadas pelo uso das tecnologias é o processo de aprendizado. “O que a gente vê é que a nova geração aprende pela intuição, o que para as gerações mais antigas ocorre através do uso de manuais” diz Eline, explicando que os jovens apreendem as técnicas e conteúdos pela tentativa e erro, enquanto os mais velhos buscam instruções e informações para assimilar o aprendizado. “Essa intimidade com a tecnologia, confere um certo poder à Geração Y, em relação aos indivíduos de gerações anteriores”.
Essa onipotência pode ser prejudicial “a partir do momento que você (da Geração Y) não identifica pontos a melhorar e começa a se achar perfeito. Na verdade, as famílias começam a ratificar este conceito ao dizer ‘você é ótimo, você é uma maravilha. Você tirou sete e passou de ano, portanto você é um amor’, sem questionar, sem fazer críticas adequadas às crianças, porque todo mundo comete erros. Esse comportamento da família vem, talvez, pelos novos modelos familiares. Hoje existem muitas mães solteiras, divorciadas que trabalham fora e o mercado exige muito delas, então, o pouco tempo que se tem com os filhos é para dizer sim, porque dizer não, no pouquíssimo tempo que se tem com eles, desagrega a família. Mas, do pouquíssimo tempo que se tem com ele dizer sempre sim, também desagrega a família. Assim, não são passados valores de família: de que ali é uma hierarquia sim, que os pais têm mais conhecimento, que estão ali para ajudar na formação desse filho”, coloca a presidente do Grupo Foco.
Outro momento que arrancou gargalhadas da plateia foi a apresentação do vídeo que mostra uma conversa entre dois gatinhos que ilustra a nova relação dos jovens frente a hierarquias, à tecnologia, ao ritmo corporativo.
Veja aqui.
Ao final das duas apresentações, foi aberto o espaço de diálogo e o público pôde apresentar suas dúvidas, experiências e até conselhos para a construção de um caminho mais harmônico entre as pessoas das diferentes gerações.
Ações de inovação da Bahiana
O convite a Eline Kullock é mais uma iniciativa da Bahiana que vem inovando, cada vez mais, o seu processo pedagógico, a sua relação com os estudantes e com a sociedade. Segundo a diretora da Escola, Dr.ª Maria Luísa Soliani, esse processo inovador tem inicio com a criação, há mais de dez anos, de um núcleo de pedagogos na instituição, para atender, tanto os alunos como os professores, auxiliando-os na gestão do processo pedagógico. Além disso, como principal marco, Dr.ª Maria Luísa aponta a implantação do Processo Seletivo Formativo, em 2009, projeto pioneiro no Brasil que valoriza o indivíduo com senso crítico e capaz de aplicar o conhecimento adquirido no contexto contemporâneo. Mais humanizada, a metodologia também propõe uma reflexão sobre a escolha da carreira do candidato, através da aplicação de atividades vivenciais.
Esta não é a primeira visita de Kullock à Bahiana. Ela esteve aqui no ano passado quando participou do VI Fórum Pedagógico da Bahiana e discutiu com os professores, caminhos para uma melhor comunicação com os estudantes.
Fique atento à entrevista completa com Eline Kullock na próxima edição da Revista Bahiana.
Confira aqui a lista das instituições que participaram do encontro.