Trocar experiências e aprender com as diferenças. Esses são alguns dos objetivos de um intercâmbio acadêmico. E é justamente isso que está acontecendo com os alunos dos últimos semestres do curso de Odontologia que, desde o dia 16 de setembro, estão recepcionando uma turma de nove estudantes de odontologia da University of Maryland, resultado de um convênio firmado entre a instituição americana e a Bahiana.

Entre as atividades, “o grupo está participando de visitas técnicas a cenários de estágios, está realizando, juntamente com nossos alunos da Bahiana, atendimento a pacientes, tanto no Ambulatório Docente-Assistencial na Unidade Acadêmica Cabula, como no Hospital Roberto Santos, onde realizamos o internato”, conta Prof. Urbino Tunes, coordenador do curso de Odontologia da Bahiana.

O grupo de intercambistas, que ficará em Salvador até o dia 30 de setembro, está sob a orientação da Prof.ª Isabel Rambob, baiana que leciona na instituição americana. “Estive aqui na Bahia no ano passado, participando do Congresso da Organização de Professores de Odontologia e surgiu a ideia de realizar esta experiência. Lá na University of Maryland, os estudantes devem realizar um estágio fora da instituição, antes de se formarem. Isto pode ser nos Estados Unidos ou em outros países. Esta é a primeira vez que acontece no Brasil”, declara Rambob.

“Uma das coisas que mais me chamou a atenção foi a relação que os estudantes têm com os professores e com os pacientes. Aqui há mais calor humano, o que é muito positivo”, conta estudante americano Kaveh Zand, 27 anos. Outro momento que impressionou os visitantes foi uma aula que assistiram sobre o Sistema Único de Saúde, modelo brasileiro de saúde pública, pioneiro em todo o mundo.

“Acho que essa experiência é muito interessante porque aprendemos muito com as diferenças. Apesar de eles terem muita tecnologia, não têm o mesmo cuidado em detalhes no atendimento aos pacientes”, diz a aluna do 8º semestre de Odontologia da Bahiana, Pauline Cardoso.

“O intercâmbio é muito estimulante e enriquecedor para os dois grupos de estudantes (intercambistas e alunos da Bahiana), uma vez que os sistemas educacionais dos dois países são muito diferentes, porém a integração da odontologia no mundo é uma realidade cada vez mais presente, na qual os Estados Unidos e o Brasil têm se destacado como maiores produtores científicos e tecnológicos”, declara o professor da Bahiana Nelson Gnoatto, um dos docentes que está recepcionando o grupo americano.

Mas, nem tudo é trabalho. Uma das coisas que mais fascinaram os visitantes, além da infraestrutura da Bahiana, foi a cantina da Unidade Acadêmica. “Não estamos acostumados a almoçar comida. Sempre é um sanduíche, um lanche. A comida aqui é realmente muito boa. Não sabemos o que vamos fazer quando voltarmos”, diverte-se a americana Shanar Nasserifar, 26 anos.