Enfermagem
O sonho de ser enfermeiro é comum a muitos jovens, seja a partir de um curso técnico ou da graduação. Mas você sabe o que isso realmente significa?
A enfermagem é uma profissão que se desenvolveu ao longo dos séculos. Até meados do século XIX, a assistência aos doentes nos hospitais era praticamente nula – fator decisivo para que muitos deles acabassem morrendo.
A britânica Florence Nightingale foi a grande pioneira da profissionalização da enfermagem. Durante a Guerra da Crimeia (1854 a 1856), cuidou da alimentação e da higiene dos feridos, mantendo-os em um espaço físico arejado e salubre. Com simples ações planejadas, reduziu o índice de mortalidade de 40% para 2%. Foi também a principal defensora de melhorias no sistema de saúde da época – suas ações resultaram na reforma das Leis dos Pobres, estendendo o papel do Estado para além do fornecimento de tratamento médico.
Seu legado para a humanidade é indiscutível. Nightingale lançou as bases da enfermagem profissional e apresentou alicerces que edificaram novos conceitos sobre cuidado, debates sobre divisão social do trabalho em saúde e aplicação constante do raciocínio lógico. Suas contribuições foram fundamentais para o desenvolvimento da enfermagem como uma vocação exercida por meio de ações de gestão, assistência, educação e pesquisa.
O enfermeiro possui funções múltiplas e distintas de cada membro da equipe interprofissional de saúde. Do planejamento à execução das ações de cuidado, suas atribuições são específicas e indispensáveis para a promoção do bem-estar e da recuperação do paciente.
Existem 45 especializações registradas no Conselho Federal de Enfermagem/COFEN.
Cada uma dessas especialidades impulsiona o protagonismo dos profissionais de enfermagem na saúde. São contempladas as mais diversas vocações, com amplas possibilidades e contextos de atuação – desde a enfermagem em saúde pública à enfermagem aeroespacial, além das atividades de gestão e de pesquisa.
O profissional de enfermagem é o que mais fica ao lado do paciente durante o período de recuperação. Suas ações devem ser planejadas com base em sólidos conhecimentos científicos e empíricos.
A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) contribui para que o profissional organize tanto o seu trabalho quanto o método, a equipe e o uso de instrumentos, tornando possível a operacionalização do processo de enfermagem (PE). O PE é uma ferramenta metodológica que torna a assistência de enfermagem sistemática, organizada em fases, com o objetivo de orientar o cuidado profissional e promover a qualidade no cuidado prestado. Enquanto atividade intelectual, o PE contribui para o desenvolvimento da profissão enquanto ciência.
No curso de Enfermagem, você aprenderá a fazer avaliações físicas dos pacientes, mas, na prática diária da profissão, também precisará avaliar suas atitudes e sua linguagem corporal (não verbal).
Não é raro encontrar pessoas que omitem fatos ou falam de forma inconsistente/inverídica sobre seu estado de saúde. Muitas têm dificuldade para admitir suas condutas que possam levar a uma piora, como não tomar os medicamentos na hora certa ou comer algo que não é permitido.
Ter habilidade para “ler” o paciente permite que o profissional interprete corretamente seus sinais e sintomas, além de orientá-lo de maneira eficiente. Muitas vezes, a participação ativa do paciente será fundamental para que não haja agravamento da sua condição de saúde.
A empatia, capacidade de se colocar no lugar do outro, é uma habilidade bastante desenvolvida na formação dos enfermeiros. O resgate da saúde envolve não apenas a dimensão do tratamento da doença, mas também o restabelecimento da autonomia dos clientes/pacientes, o bem-estar dos familiares e a correta percepção do seu contexto biopsicossocial.
Muitos profissionais de enfermagem acabam priorizando as necessidades de seus pacientes e deixando de cuidar de si mesmos. Durante o curso, aprende-se a importância de administrar o tempo, as tarefas da profissão e a satisfação das necessidades pessoais.
O bem-estar pessoal contribui para a atuação profissional, uma vez que possibilita uma melhor compreensão do paciente. Além disso, é muito mais fácil passar segurança nas orientações e nos tratamentos quando cultivamos hábitos saudáveis para a nossa própria saúde.
Os profissionais de saúde precisam lidar diariamente com o nascimento e a morte. Por isso, sua estabilidade emocional deve ser motivo de constante atenção.
A fragilidade da vida humana e a fragilidade da vida social e coletiva são objetos históricos das ciências da saúde e das ciências sociais. Estar com o outro e vivenciar suas alegrias e dores é também uma maneira de descobrir como cuidar de si mesmo.
Os pacientes costumam compartilhar percepções de vida. Você certamente aprenderá com essas experiências e pensará em seus pacientes mesmo quando não estiver no trabalho.
Apesar de ainda ser uma profissão majoritariamente feminina, a enfermagem vem incorporando a presença masculina de forma a confirmar que na equipe de saúde o espaço para cuidar de pessoas deve e pode ser bem desenvolvido por profissionais de ambos os gêneros. É a aptidão em cuidar que fundamenta a profissão – nunca o gênero.
Mesmo com a formação, uma coisa não mudou: o compromisso principal dos enfermeiros continua sendo cuidar das vidas que lhe são confiadas.
E você? Sonha em ser enfermeiro? Acompanhe o nosso blog e conheça mais sobre essa profissão!