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PET Fisioterapia encerra suas atividades

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O Programa de Educação Tutorial do curso de Fisioterapia da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (PET – Fisioterapia) realizou, no dia 31 de agosto, o Seminário Final com pacientes do Centro de HTLV do Ambulatório Docente-Assistencial da Bahiana (ADAB). 

O encontro encerrou as atividades do PET – Fisioterapia que, ao longo de um ano, ofereceu um programa de exercícios baseados na cartilha: “Orientações e Exercícios para pessoas com HAM/TSP”, organizada pelo Grupo de Pesquisa em Dinâmica do Sistema Neuromusculoesquelético da Bahiana. A ferramenta visa incentivar o autocuidado dos pacientes oferecendo-lhes um kit com os materiais necessários, além de orientações para a realização dos exercícios fora do ambiente clínico. Participaram das atividades educativas pacientes e cuidadores.

O Seminário Final contou com um trabalho em grupo com dinâmicas apropriadas para fidelização da execução e manutenção dos exercícios domiciliares, estimulando o autocuidado e a autonomia dos participantes do programa, a fim de promover o retardamento dos sintomas neurológicos e, com isso, oferecer uma melhor qualidade de vida. Na programação também foi realizado um seminário com dinâmicas de “Motivação & Empatia” e um congraçamento final.

Durante o encontro, os participantes também receberam a notícia de que o acompanhamento com o grupo continuará com atendimentos na Clínica Avançada em Fisioterapia (CAFIS) do ADAB e será coordenado pela fisioterapeuta Naiane Patrício que realiza essa atividade com pacientes de HTLV, desde 2007, quando cursava Fisioterapia na Bahiana. “Em seguida, adentrei no mestrado, fazendo esse acompanhamento com os pacientes devido a um ensaio clínico que foi feito no doutorado de Maíra Macedo que já acompanha esses pacientes desde o ano 2000. Através desse doutorado, surgiu a cartilha de exercícios e, daí, surgiu o PET”, conta Naiane que atualmente faz o curso de mestrado na Bahiana.

Além do cuidado e prevenção física, os participantes do programa foram avaliados qualitativamente pela doutoranda em Medicina e Saúde Humana pela Bahiana, Genildes Oliveira Santana que acompanhou os benefícios psíquicos e emocionais dos pacientes. “Esse momento que eles viveram aqui na Bahiana foi de extrema importância, pois tiveram mais tempo de tirar dúvidas da cartilha, repetiram mais vezes os exercícios. Isso beneficiou não apenas a parte física, mas os tornou mais socializados entre eles próprios e com as fisioterapeutas do grupo. Sentimos que eles hoje estão mais felizes”.

“Sou paciente do Centro de HTLV há muitos anos e o que foi mais importante nesse um ano de trabalho foi o apoio, o desenvolvimento e os ensinamentos que eles passaram para a gente, sobre o nosso corpo, o nosso organismo, como desenvolver melhor os exercícios com um aprendizado facilitado”, conta a paciente Iranildes Santos da Silva.

A convivência entre os próprios pacientes, ao participar de todas as atividades do Centro de HTLV e programas afins, como esse, fortaleceu a concretização da criação da associação HTLVida que está instituída e legalizada, já contando com 112 associados. “A associação já é instituída e vai provocar as esferas municipal, estadual e federal, no intuito, justamente, de dar o que é de direito  tanto para o portador quanto para o cidadão. É isso que a gente quer: provocar as instâncias para que a gente tenha pelo menos um pouco  de qualidade de vida, já que não existe uma cura para o nosso problema, o HTLV, mas que exista um respeito ao cidadão, à pessoa que que convive com esse vírus”, declara a presidente da associação, Adjeane Oliveira de Jesus.

Entre as dificuldades, ela aponta, ainda, a falta de espaço para congregar os associados, realizar atividades e formatar a entidade organizadamente. “A associação hoje está estruturada e legalizada, o que falta realmente é um espaço para a gente poder fazer as reuniões, porque a Bahiana não comporta todas as ações da associação, inclusive a estrutura básica para todas as necessidades. Mas o PET vem para a associação com uma forma de interação, de acolhimento, de trazer o grupo, porque não é só a fisioterapia, tem o trabalho de acolhimento, envolvimento, participação, companheirismo, a gente se reencontra aqui. A motivação  de vir, de se reencontrar , isso é muito bom”.

“Salvador é uma das cidades com maior prevalência de HTVL no Brasil, então, temos uma doença importante que, inclusive, muitas pessoas têm e não sabem, o vírus  é transmitido da mesma forma que o HIV e precisamos dar visibilidade. Daí a importância das pesquisas e da Associação HTLVida para dar visibilidade e fazer com que sejam, também, atendidos pelas políticas públicas”, reitera a professora do curso de Fisioterapia e coordenadora do PET – Fisioterapia, Selena Dubois.

PET - Fisioterapia

O Programa de Educação Tutorial foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) e pela Bahiana e teve como objetivo viabilizar a ampliação da formação técnica, científica e humanista de graduandos do curso de Fisioterapia ao promover educação, trabalho qualificado, incentivo à ciência, à cultura, à prestação de serviços de referência com responsabilidade e compromisso social em atividade de treinamento e informações sobre exercícios básicos para lidar com a sintomatologia neuromusculoesquelética em pessoas infectadas pelo HTLV-1 com HAM/TSP – Paraparesia Espástica Tropical / Mielopatia Associada ao HTLV-1 e seus cuidadores.

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