Notícias

Notícias

Bahiana recebe apresentação de Karatê Adaptado

Práticas adaptadas já são oferecidas pela CAFIS.

compartilhe

A Clínica Avançada de Fisioterapia do ADAB (CAFIS) realizou, no dia 31 de março, uma apresentação dos atletas do Instituto Baiano de Karatê Adaptado (IBKA), no pátio do Pavilhão de Aulas da Unidade Acadêmica Brotas. A atividade teve o objetivo de auxiliar os esportistas portadores de necessidade especiais a se preparar para a sua participação na 1ª etapa do Campeonato Nacional de Karatê, que acontece no dia 8 de abril, na Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), em Salvador.

Participaram da atividade 22 atletas de 6 a 60 anos do IBKA, entidade dirigida pelo Prof. Erick Chaves, educador físico da CAFIS, local onde eles estão praticando os treinos. São crianças, jovens adultos e idosos com deficiências físicas, intelectuais ou com patologias combinadas.

     

Segundo a coordenadora da CAFIS, a fisioterapeuta Janaína Pitanga, o apoio da instituição ao IBKA possibilitou a ampliação do atendimento da clínica. "Fomos procurados por Prof. Erick Chaves que já realizava um trabalho no Instituto Bahiano de Reabilitação (IBR) com a proposta de trazer esse trabalho para dentro da clínica e, por se tratar de uma clínica de fisioterapia que trabalha a questão da acessibilidade e da inclusão social, vimos que era uma proposta muito interessante. Vimos que o público era de crianças com autismo, pessoas com déficit de atenção, paralisia cerebral, microcefalia para os quais não existe a oferta de atividades esportivas com tanta facilidade. Então, essa parceria gerou uma vertente interessante, não apenas a terapêutica, mas a atividade física voltada para o público especial. Hoje, qualquer pessoa pode procurar a CAFIS para a prática de karatê e natação adaptados".

Os ganhos na prática dessas atividades são evidentes, como confirma Marisete Chagas, mãe da jovem de 18 anos, Amanda, que tem microcefalia. "A experiência com o professor Erick e o karatê adaptado está muito boa. Amanda era muito agressiva, tinha muitos problemas de comportamento na escola e depois que começou a fazer o karatê está bem melhor. Ela consegue ter autocontrole e evitar conflitos com os colegas". 

     

Os resultados positivos na prática do karatê também vêm transformando a vida de Carlos Eduardo, o Cadu, de oito anos. De acordo com sua mãe, Karine Neres dos Santos, o autismo nele foi descoberto aos dois anos de idade. A partir de então, ele passou a fazer as terapias tradicionais como terapia ocupacional, fonoaudiologia e psicopedagogia. Lendo sobre o autismo, Karine percebeu a necessidade da prática de esportes.

Ela confessa que, pela dificuldade de encontrar um lugar que aceitasse crianças com autismo para a realização de atividades físicas e esportes, inicialmente não queria contar ao professor sobre o real quadro de Cadu. "Mas quando eu vi o trabalho do professor, tive a certeza de que era ali o meu lugar, era ali onde eu tinha que deixar ele. Hoje, Cadu melhorou muito. Ele senta, espera e é o  primeiro autista que consegue fazer o “Katar” (sequência de movimentos pré estabelecidos que simula uma situação em que o karateka é atacado por vários adversários em direções diferentes) sozinho. Essa é a primeira vez que ele vai participar de uma competição, porque no ano passado ele não conseguia por conta da inquietação. Hoje, ele melhorou na escola, melhorou a fala, melhorou tudo!", comemora. 

 

Entre os principais ganhos oferecidos pela prática do esporte, o Prof. Erick Chaves aponta a socialização e o melhor desempenho motor. "Quando fundei o IBKA, a proposta era oferecer uma terapia e fazer com que os meninos pudessem ter uma socialização maior, porque eu sei a discriminação que ocorre no dia a dia das pessoas. Deu certo. Comecei a dar aula no dique com só cinco alunos. No fim do ano passado, eu vim para a Bahiana trabalhar com a natação adaptada, propus trazer o karatê para cá e foi aceito. Tem sido uma benção. Estamos em um lugar com uma acessibilidade muito boa, onde somos respeitados, onde os alunos podem ter um estudo de caso, pois estamos em uma escola de saúde, e faz com que o karatê adaptado possa crescer na Bahia e, consequentemente, no Brasil". Hoje, o IBKA conta com três atletas campeões nacionais na categoria de Karatê Adaptado.