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XII Fórum Pedagógico da Bahiana (Sábado)

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O processo de ensino-aprendizagem em saúde a partir dos conceitos de humanização e interdisciplinaridade foi a temática que norteou o XII Fórum Pedagógico da Bahiana, que aconteceu nos dias 26 e 27 de agosto, na Unidade Acadêmica Cabula e que, nesta edição, teve como lema "Na Batida do Seu Coração".

Para a reitora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Prof.ª Dra. Maria Luisa Carvalho Soliani, a temática deste ano ressalta a importância da humanização no âmbito pedagógico, entre os professores e os alunos, o que refletirá diretamente na relação desses futuros profissionais com seus pacientes. “Sabemos que cuidar de uma pessoa é cuidar de um ser integral. Deve-se levar em conta que ele não é sozinho, mas que existem outras pessoas, a família, a comunidade em que ele vive e, então, esse conjunto também deve ser percebido. Estamos aqui para formar um profissional de saúde, uma pessoa que possa trabalhar com tudo isso, com conhecimento, com técnica, mas também com o coração. O coração faz farte de um conjunto, não dá para tirar ele do conhecimento, da ciência”, declarou.

A programação, cuidadosamente elaborada e coordenada pela comissão do Programa Institucional de Desenvolvimento Docente (PROIDD), que tem à frente a professora do curso de Odontologia, Sandra Brasil, contou com mesa-redonda, palestras e oficinas e trouxe convidados de instituições baianas e de outros estados brasileiros.

“O nosso objetivo este ano foi trazer para o professor uma reflexão sobre a relação humanizada com o aluno, para que ele possa replicá-la com seu paciente”, explicou a Prof.ª Sandra Brasil, acrescentando que também é intenção do evento propiciar para o professor situações em que ele pense em trabalhar melhor a interdisciplinaridade. “Construindo uma visão transversal desde a entrada do aluno na faculdade, ele vai poder lidar com os colegas de outras profissões de uma forma diferente, entendendo que o poder é distribuído entre todas as pessoas, inclusive entre o próprio paciente e os profissionais de saúde. Então é uma horizontalização das relações. Isso favorece a humanização”, concluiu.

Estiveram presentes professores e coordenadores de todos os cursos de graduação e do programa de pós-graduação da Bahiana, gestores de núcleos operacionais e administrativos, como Luiza Ribeiro (Desenvolvimento de Pessoas); Angélica Mendes (Atenção Psicopedagógica); Margot Soliani (Comunicação e Marketing); Jucinara Menezes (Supervisão Pedagógica), os pró-reitores de Pesquisa e Inovação, Prof. Atson Fernandes; de Extensão, Prof.ª Carolina Pedroza e de Ensino de Graduação e Pós-Graduação, Prof.ª Maria de Lourdes de Freitas Gomes.

Programação

Os trabalhos tiveram início na sexta-feira pela manhã, 26 de agosto, quando foi realizada a mesa-redonda "Práticas humanizadas e interdisciplinares na formação em saúde", que teve como mediadora a Prof.ª Iêda Aleluia, doutora em Medicina e Saúde Humana pela Bahiana, docente da Bahiana e da UNEB e especialista em Educação pelo FAIMER-Brasil.

Ainda pela manhã, os participantes puderam ouvir a fala da Prof.ª Ana Rita Queiroz Ferraz, doutora em Educação e Contemporaneidade pela Universidade do Estado da Bahia, docente da UEFS e coordenadora do Grupo de Pesquisa e Extensão Artes do Corpo: memória, imagem e imaginário da UEFS. Em sua participação, ela discorreu sobre o tema "A interdisciplinaridade na formação pedagógica em saúde".

No turno da tarde, foi a vez do convidado, Prof. Sérgio Zaidhaft, docente de Psicologia Médica da Faculdade de Medicina da UFRJ e do curso de Medicina da Universidade Estácio de Sá, presidente da Comissão de Bioética do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho-UFRJ, proferir a palestra "Humanização no ensino e na prática profissional: desafios e estratégias". "Fizemos uma discussão sobre o que é humanização, sobre a viabilidade disso. Levantamos o questionamento do que é esse termo, os desafios e as possíveis estratégias para que essa humanização aconteça", explicou o professor. Sobre sua passagem pela Bahiana, ele destacou a espontaneidade e o caráter criativo do corpo docente e as iniciativas inéditas, como o Processo Seletivo Formativo. "Para mim, o que ficou mais marcado de tudo foi o clima da instituição, que me pareceu extremamente criativo, aberto. Acho que isso dá uma motivação a todos os docentes e aos alunos também, de que estão em uma instituição viva, que não é algo paralisado e congelado. Tiveram algumas coisas mais específicas que vou aproveitar, como a valorização do pedagogo aqui na instituição, o processo de acesso aos cursos daqui (Prosef), então achei muito rica toda essa experiência".

A programação seguiu com a oficina "A narrativa como caminho para a prática humanizada", conduzida pela Prof.ª Maria Amélia Mano, médica pela UFPEL, mestra em Educação pela UFRGS, especialista em Medicina de Família e Comunidade pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. Ela relatou que a oficina foi construída em conjunto com a comissão do PROIDD e que teve como objetivo ampliar a reflexão do professor sobre o uso da narrativa no cotidiano da formação em saúde. "Falei sobre a Medicina Narrativa, mas não como uma contraposição à medicina baseada em evidências, mas sim como mais uma possibilidade. A ideia foi poder ressignificar nosso processo que, às vezes, é tão complicado dentro da assistência e atenção à saúde. Eu propus uma oficina com base em alguns textos que despertaram questões nas pessoas que construíram histórias a partir de suas práticas. Fiquei muito surpresa ao ver como as pessoas que participaram ficaram inquietas e, ao mesmo tempo, foram tão criativas", declarou a professora.

Para Maria Amélia, as experiências compartilhadas durante os dois dias de fórum lhe motivam a retornar à instituição para conhecer e vivenciar melhor as práticas realizadas. "Acho que a Bahiana é um lugar para se voltar. Foram dois dias superintensos em que os professores apresentaram experiências muito inovadoras, muito diferentes, aplicáveis à nossa prática. Eu sou uma trabalhadora de saúde, acima de tudo, então, a gente sempre busca coisas que sejam aplicáveis, práticas e viáveis".

Durante o segundo dia de trabalho, os participantes puderam conhecer os resultados da Oficina de Boas Ideias do XI Fórum Pedagógico da Bahiana (2015). Foram apresentadas experiências do “SIG Interdisciplinar: temas transversais em saúde”, pelo professor de Odontologia, Fernando Bastos Pereira Júnior e as atividades interdisciplinares do Complexo Vida Plena, pela professora do curso de Psicologia, Nádia Matos.

O tema “Matriciamento no Programa Candeal” foi conduzido pela coordenadora do programa e professora do curso de Fisioterapia, Lavínia Boaventura. Segundo ela, a nova fase do Programa Candeal surgiu a partir de uma demanda levantada pelos próprios alunos. “Eles sempre perguntavam quando poderiam voltar, então, o projeto Redes Candeal vai trabalhar com estudantes que já passaram pelo programa, agora como matriciadores. A proposta também é que a gente consiga fazer a articulação de nossas redes internas com as lideranças comunitárias, os espaços de produção de saúde, sejam unidades de saúde ou outros equipamentos sociais”.

“Práticas interdisciplinares da Bahiana” foi a experiência apresentada pelo professor do curso de Medicina e diretor médico do Ambulatório Docente-Assistencial da Bahiana, Dr. Humberto Castro Lima Filho. Em sua explanação, ele mostrou as mudanças pelas quais os ambulatórios da Bahiana vêm passando, a fim de promover um atendimento interdisciplinar, tanto na promoção de uma melhor assistência aos pacientes quanto na formação multiprofissional dos estudantes da Bahiana.

O professor do curso de Enfermagem da Bahiana Artur Gomes Dias Lima destacou o fórum como uma das peculiaridades da instituição. “O sucesso do evento vem desde a primeira edição. É uma coisa particular da Bahiana e que a gente sempre pensa em como extrapolar para outras instituições. O fórum é fantástico no momento em que agrega para outras pessoas um conhecimento, uma perspectiva, uma oxigenação. E este ano traz um tema que, de certa forma, faz parte do cotidiano que, em geral, é a educação em saúde. São momentos especiais com convidados maravilhosos que a Bahiana traz para palestrar dentro desse contexto. Sucesso!”.

Pela primeira vez participando do fórum, a professora do curso de Enfermagem da UNEB Denise Batalha observou como pontos de destaque do evento a proposta de refletir e repensar o seu papel como docente. “Foi um momento muito importante que fez a gente refletir e, quando refletimos, mudamos as práticas e modificamos as condutas. Parabenizo o fórum, foi uma oportunidade muito gratificante para mim”.

Troféu Borboleguim de Ouro

O reconhecimento pelo empenho na promoção da formação contínua do corpo docente da Bahiana levou o troféu Borboleguim de Ouro desta vez às mãos da coordenadora do PROIDD e, pela quinta vez, coordenadora do Fórum Pedagógico da Bahiana, Prof.ª Sandra Brasil. “Eu fiquei extremamente feliz, porque é uma homenagem muito importante para todos nós da Bahiana. Receber esse prêmio é muito gratificante pelo nosso trabalho estar sendo bem recebido pelos professores, pela diretoria, pelos coordenadores e isso traz uma grande alegria e um estímulo de continuar fazendo mais e melhor”.     

O troféu Borboleguim de Ouro é uma premiação criada em 2010 e entregue durante o Fórum Pedagógico da Bahiana a professores que tiveram destaque pela sua colaboração na construção do saber e na difusão do conhecimento, atuando tanto dentro da instituição quanto para o bem da sociedade.

O XII Fórum Pedagógico da Bahiana contou com a participação do corpo de baile do Balé do Teatro Castro Alves, que elaborou um trabalho de dança e expressão corporal especialmente para a ocasião, levando em conta o lema "Na batida do seu coração". A interveção artística marcou o encerramento das atividades e foi seguida de uma conversa entre os artistas, professores, colaboradores e pedagogos que teve como proposta uma reflexão sobre o desejo de fazer arte e como poder aplicá-la na educação.

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