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05/08/2017
“A Mata Escura é um bairro altamente discriminado, onde há uma prevalência enorme de exclusão social, porém é um bairro protagonista em termos de grupos culturais. Quando foi aprovada a proposta de realizar a 3ª edição da feira aqui, nós procuramos desenvolver um trabalho em conjunto com as parcerias e os movimentos sociais organizados, especialmente o Fórum de Desenvolvimento Social da Mata Escura”, relata a coordenadora do evento e professora do curso de Enfermagem da Bahiana, Prof.ª Aidê Nunes, que esteve presente na III Feira de Saúde Cuidar Faz Bem, realizada no dia 5 de agosto, no bairro da Mata Escura.
A ação contou com a parceria do Sine Bahia e apoio da Policia Militar, da Associação das Comunidades Paroquiais de Mata Escura e Calabetão (Acopamec) e da Escola Municipal Maria Constância, reunindo professores e estudantes dos cursos de Enfermagem, Medicina, Psicologia, Fisioterapia, Educação Física e Biomedicina e a comunidade em geral, oferecendo espaços para todas as idades.
Estiveram à disposição da população os stands do também parceiro da iniciativa, Hospital Humberto Castro Lima, promovendo informações sobre as principais doenças oculares e formas de cuidado e prevenção à cegueira; o projeto Vivendo com Epilepsia e Saúde Mental que abordou os cuidados com o paciente de epilepsia e de transtornos mentais; os espaços Hora da Criança e Saúde da Mulher e do Homem, com a promoção da educação em saúde, além de atendimentos para a identificação da hipertensão e do diabetes.
Durante a feira, a população teve acesso ao Sine Bahia onde foram oferecidos serviços de emissão de carteira de trabalho e previdência social, o stand de Conhecer para Prevenir em que os estudantes do curso de Medicina abordaram doenças como a zica, chikungunya e febre amarela, o stand do ‘Bahianescer – Diálogos com a Juventude’ que é um programa de extensão com o objetivo de promover a inserção dos estudantes de Enfermagem, Medicina, Odontologia, Biomedicina, Psicologia e Fisioterapia no grupo de adolescentes da Mata Escura (Adolescer com Arte), HTLV com a presença da presidente da Associação HTLVida, Adejane Oliveira, alertando a população sobre os cuidados com a doença, além do stand Conhecendo as Doenças Raras com abordagem dos estudantes do curso de Enfermagem sobre a Síndrome de Duchenne e E.L.A. Na parte cultural, a atividade contou com o Brechó Chique sendo toda a venda de produtos revertida para a Associação HTLvida, uma associação que apoia os portadores de HTLV, além do Palco das Artes que contou com a apresentação do Grupo Jucênicos do Hospital Juliano Moreira juntamente com o Grupo Adolescer com Arte.
Segundo a coordenadora do curso de Enfermagem, Prof.ª Cristiane Magali, a proposta da Feira de Saúde Cuidar Faz Bem já começa com a formação em saúde dos alunos. “Aqui já estamos na comunidade, mas todo o trabalho começou cinco meses antes porque a feira é toda pensada e organizada juntamente com os alunos. Então, já é educando o novo profissional em saúde a compreender que não conseguimos fazer saúde sem estar junto da comunidade, esse é principal conceito da programação”.
A assistente social, educadora social da Acopamec e moradora da Mata Escura Joyce Cristina que ofereceu um trabalho com turbantes para o público, relata que a feira foi de extrema importância para a comunidade. “Oferecer serviços de saúde com qualificação é muito válido para a nossa comunidade e toda a feira foi uma construção coletiva e nós estivemos presentes desde o início na organização. O evento está maravilhoso e os cidadãos de Mata Escura abraçaram a Bahiana”
A educadora social e moradora de Mata Escura Josenilda Souza comenta que a feira trouxe muitas informações para a comunidade. “Tem pessoas que estão em casa aos sábados e, às vezes, não sabem o significado de uma feira de saúde. Então, ter acesso a informações sobre várias doenças e formas de prevenção é importante para a gente. Agradeço à Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública por essa iniciativa”.
Inovador na 3ª edição da feira, o stand de Doenças Raras trouxe informações sobre a esclerose lateral amiotrófica, conhecida como E.L.A e a síndrome de Duchenne. “A feira reúne profissionais de todos os âmbitos da saúde e isso acaba sendo de grande importância tanto para nós acadêmicos quanto para a comunidade. Através desse trabalho temos uma noção do que vamos encarar após a graduação”, explica Ellen Souza aluna do 8° semestre de Enfermagem participante do stand.
Lenilson Bento, estudante de Psicologia, agente comunitário de saúde e idealizador do Adolescer com Arte, comenta que a iniciativa é valiosa, pois acaba trazendo para a comunidade serviços de saúde que o serviço público não consegue oferecer. “Temos uma unidade de saúde básica aqui na Mata Escura, porém tem alguns serviços que não são oferecidos e através da feira a população pode ter acesso a esses atendimentos. Uma feira como essa mobiliza toda a comunidade beneficiando-a com serviços de saúde de qualidade, além da parte cultural que foi oferecida ao público.”
A 3ª edição da feira contou também com o stand do Seja Digital que prestou informações à população sobre a troca do sinal analógico para o digital, além de proporcionar ao público da feira brincadeiras e distribuição de brindes.