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24/08/2017
Nos dias 18 e 19 de agosto, professores da Bahiana, coordenadores de curso, colaboradores dos setores acadêmicos da instituição, além de convidados de outras IES e serviços de saúde, estiveram reunidos na Unidade Acadêmica Cabula para uma programação pedagógica que este ano teve como tema "Diversidade – Aprendendo e Ensinando com as Diferenças”.
Diversidade – Aprendendo e Ensinando com as Diferenças
"O objetivo deste ano foi trabalhar a diversidade, buscando capacitar melhor os professores para discutir com seus alunos como abordar melhor os pacientes dentro deste tema, que hoje em dia está muito em voga. Embora a diversidade tenha muitas questões extremamente amplas, neste momento, estamos focando as relações raciais e a atenção às pessoas transgêneros. Buscamos compreender como expandir melhor as ações afirmativas no âmbito da instituição”. Explicou a coordenadora do Programa Institucional de Desenvolvimento Docente (PROIDD) e professora do curso de Odontologia, Sandra Brasil. Ela afirma que a discussão visa capacitar melhor os professores, ampliar o alcance das discussões sobre o atendimento mais humanizado, mais acolhedor e o entendimento da individualidade de cada pessoa diante da sua diversidade.
Oficinas pedagógicas
O primeiro dia do fórum contou com duas oficinas que tiveram como foco a construção de instrumento de avaliação com questões abertas e questões fechadas. Para mediar as oficinas, foram convidados os professores Márcia Hiromi Sakai, diretora-secretária da Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM), desde 2013, e Olavo Franco Ferreira Filho, professor associado da Universidade Estadual de Londrina e médico editor-chefe da Revista Brasileira de Educação Médica – RBEM/UEL.
Tanira Bastos, professora do curso de Biomedicina, conta que as oficinas refletiram diretamente em sua forma de pensar e elaborar uma avaliação. "Eu já fiz várias reflexões sobre a prova que estou elaborando, então, foi possível observar que podemos explorar ainda mais alguns aspectos que cobramos em provas discursivas, não sendo tão superficial".
Fernanda Cury, professora do curso de Biomedicina, aponta como fundamentais as oficinas feitas pelo PROIDD ao longo do ano para preparar melhor os professores da escola no que diz respeito ao processo pedagógico. "Após essas oficinas, vejo que as questões vão ser ainda melhor elaboradas e isso foi um consenso entre os professores após as atividades – que, quanto melhor for elaborada a questão, melhor a gente vai conseguir avaliar o aluno".
Sábado da diversidade
No sábado, a programação teve início com um café da manhã com a participação da reitora da Bahiana, Prof.ª Dra. Maria Luisa Carvalho Soliani, da gestora de Desenvolvimento de Pessoas, Prof.ª Luiza Ribeiro, de coordenadores dos cursos da Bahiana, professores da instituição e convidados. Em comemoração ao aniversário de 65 anos da instituição, uma linha do tempo foi montada na área de convivência do Centro de Convenções, contando um pouco do que aconteceu nas edições anteriores do fórum.
Com o auditório lotado, foi apresentada a coreografia BUFOYO, com o corpo de baile do Balé Folclórico Dança dos Orixás que integra o Coletivo de Investigação em Danças Afro-Brasileiras da Fundação Cultural do Estado da Bahia (CIDAB/FUNCEB). Para a coreógrafa e diretora da companhia, Prof.ª Roquedelia Santos, "a participação aqui, hoje, foi extremamente importante, porque, no nosso grupo de pesquisa, também abordamos essa questão da diversidade, até mesmo a diversidade no animal, cujo trabalho mostramos hoje, que é a do búfalo e a borboleta – são duas coisas extremas. Também, a diversidade desses meninos, no convívio, nas opções". Ela ressalta a parceria com a Bahiana e como a ideia é intensificar a participação do grupo em ações da instituição, a exemplo do Centro de Atenção às Juventudes (CAJU) da Bahiana e de outros eventos acadêmicos.
Na sequência, foi apresentado à plateia do fórum o resultado do prêmio Great Place to Work - GPTW 2016 pela gestora de Recursos Humanos da Bahiana, Telma Bastos. Este ano, a Bahiana foi a segunda colocada no estado, como melhor empresa para se trabalhar, na categoria grandes empresas (com mais de mil funcionários) e, na semana passada, recebeu o prêmio nacional, na mesma categoria, ficando entre as 70 melhores empresas para se trabalhar, em todo o Brasil.
Colóquio: A diversidade sob o olhar da saúde
O ponto máximo do segundo dia de fórum foi o colóquio: “A diversidade sob o olhar da saúde” com a participação de profissionais convidados. "A escolha dos convidados foi feita com o objetivo de trazer profissionais que tivessem experiências mais ampliadas nessa área", destaca Sandra Brasil. Participaram do colóquio a professora Denize Ribeiro (UFRB) que abordou o impacto do racismo na saúde da população negra, apontando caminhos para a formação de profissionais comprometidos com o cuidado na atenção a essas pessoas; o professor Sérgio Zaidhaft (UFRJ) que, a partir de sua experiência no atendimento à pessoa transgênero, destacou como o cuidado humanizado é imprescindível e a importância de os profissionais de saúde reconhecerem seus preconceitos e limitações para lidar com o “desconhecido”, entendendo melhor as questões que afetam essa população. A terceira convidada, professora Francis Tourinho (UFC), apresentou experiências de ações afirmativas desenvolvidas na Universidade Federal de Santa Catarina, o que fortaleceu a importância do envolvimento dos profissionais da saúde com as necessidades das populações que sofrem discriminação e outras violências sócias. O colóquio teve como mediadora a professora do curso de Psicologia da Bahiana Anna Amélia de Faria.
"Sou orientadora da Liga Acadêmica de Sexualidade e Gênero (LASG), ministro duas disciplinas no curso de Psicologia e fui tutora do Candeal por alguns anos. Seja na experiência da Liga e passando pelas outras participações, na condição de tutora e docente, vejo, junto com outros profissionais dessa instituição, essas questões atravessarem a realidade institucional da cidade, país e mundo. Então, pensar/agir sobre as questões da diversidade tem a ver com um dispositivo político, em consonância com as grandes preocupações concernentes à saúde e ao bem-estar; são, portanto, elementos do conhecimento e da prática ativados enquanto disposições inclusivas. Nossa instituição está atenta e interessada em lidar com essas relevantes questões", ressaltou a professora Anna Amélia.
Segundo ela, faz-se impositivo que os profissionais de saúde estejam atentos às diferenças para ofertar um tratamento mais igualitário. "Há violências em diferentes âmbitos da vida social do nosso país e urge, então, reconhecer os dispositivos que invisibilizam e fazem sofrer um enorme contingente populacional. A noção de equidade trabalha considerando as diferenças para tratar igual. Para isso, temos, enquanto profissionais de saúde, que reconhecê-las para melhor entender os dispositivos de conhecimentos e cuidados que colaborem, de forma mais focalizada, com a vida das pessoas".
A assessora pedagógica do PROIDD, Lígia Vilas Bôas, destacou a importância do envolvimento dos docentes da Bahiana com o tema para além do colóquio, de forma que esses conhecimentos sejam, ainda mais, abordados nos currículos dos cursos. “Seguindo esse caminho, estaremos investindo na formação de novos profissionais de saúde sensíveis e competentes para atender às necessidades da diversidade e, principalmente, das populações privadas de atenção e cuidado”.
Para Luana Goes, professora da disciplina Biointeração do curso de Medicina, o que de fato houve de especial nesta edição do Fórum Pedagógico foi a proposta do tema. " Na maioria dos fóruns, estamos mais focados nas questões pedagógicas que também são muito importantes e fundamentais. É o momento em que podemos discutir os processos avaliativos. Agora, abordar temas que respondam às necessidades sociais em relação à saúde e à política do nosso país também é importante".
Borboleguim de Ouro
Este ano, o tradicional Troféu Borboleguim de Ouro que destaca docentes por sua dedicação ao ensino foi especial, pois contemplou três premiados. Por sua efetiva participação por anos como fundadora e coordenadora do curso de Enfermagem e atual Pró-Reitora de Ensino de Graduação e Pós-Graduação da Bahiana, foi homenageada a professora Maria de Lourdes de Freitas Gomes.
Considerado um decano, foi premiado o professor Flávio Robert Santana, por sua longa trajetória como docente da casa, onde ingressou como professor, em 1971.
Inovando, como sempre, a Bahiana concedeu o Troféu Borboleguim de Ouro também ao colaborador Silvio Henking, supervisor do Setor de Controle e Prevenção (SECOP), por sua dedicação e participação em diversas edições do Fórum Pedagógico.
Encerramento – Parabéns Bahiana
Em homenagem aos 65 anos da instituição, a plateia foi conduzida pela reitora, Dr.ª Maria Luisa, em um exercício reflexivo de dramatização que culminou com a entrada dos diversos personagens que estiveram presentes em edições anteriores do evento e com o bolo da aniversariante. Parabéns, Bahiana!
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