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19/03/2018
Será que a forma mais confortável de sentar é a correta? Como carregar um peso sem prejudicar a coluna? Como acompanhar as redes sociais no smartphone sem que esse hábito prejudique a saúde? Essas foram algumas perguntas lançadas pelo grupo de alunos do curso de Fisioterapia da Bahiana, que está no Estágio Supervisionado da Atenção Primária e Ambulatorial II, aos estudantes do 7º ano do ensino médio do Colégio Estadual Manoel Vitorino, em mais um encontro do projeto Saúde na Escola, que acontece sempre às segundas-feiras, pela manhã, nas dependências do colégio.
Fruto de uma parceria entre a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e a instituição de ensino médio, o Saúde na Escola teve início em 2017, com atividades de educação e promoção da saúde desenvolvidas por estudantes do curso de Medicina, coordenados pela idealizadora do projeto, prof. ª Eliana de Paula. Durante todo o ano passado, aconteceram oficinas de primeiros socorros e ações de promoção da saúde, abordando pontos, como a gravidez na adolescência, tabagismo e saúde mental, com estudantes do ensino fundamental e médio, dos turnos matutino e vespertino.
Este ano, a parceria institucional foi ampliada com a inclusão do curso de Fisioterapia. A coordenadora do Programa de Estágio Supervisionado na Atenção Primária e Ambulatorial II Rachel Trinchão explica que, para participar do projeto, a turma de estagiários foi dividida em dois grupos. Enquanto o primeiro grupo atua no colégio, o segundo grupo atua no Complexo Comunitário Vida Plena (CCVP), depois, eles trocam. Durante todo o semestre, todos os estagiários também atuam na Clínica de Fisioterapia da Bahiana Saúde.
"A Bahiana tem um papel muito importante de responsabilidade social, e essa ação de trazer nossos alunos para essa escola, pensando a educação básica em saúde, acaba sendo fundamental para que o público atendido se torne mais saudável. E, a partir do momento em que a gente pensa na promoção da saúde dentro da comunidade é incalculável tanto de benefício que estamos levando para o futuro dessas pessoas e para os próprios profissionais da saúde que estamos formando, pois eles vão pensar mais na prevenção do que no trabalho de reabilitação que será até mais fácil de ser desenvolvido com esses indivíduos que receberam orientações antes", explica Trinchão.
Para a acadêmica de Fisioterapia, Sandra Corradini, "A experiência é enriquecedora. Essa troca que temos com os alunos é fantástica, pois eles estão interessados em aprender o que a gente tem para passar e também estamos aprendendo muito com eles". Sandra pontua que esta é a primeira experiência com um público infanto-juvenil e que o preparo das aulas durou cerca de um mês. "Cada aula que preparamos será realizada por um mês, com turmas diferentes, atingindo todo o colégio".
Segundo o professor do curso de Fisioterapia e responsável pela turma de acadêmicos da Bahiana, João Amaro Coelho Neto, o programa de aulas teve início com o tema "Postura", a segunda etapa abordará "Alongamento e Mobilidade" e a terceira etapa, "Fortalecimento e Estabilidade". "O objetivo é a gente trazer uma atenção primária à saúde dos adolescentes, fazendo com que, antes que as doenças apareçam, ela sejam preventivamente tratadas. A intenção é preparar nossos estudantes para que eles tragam ideias de posicionamento, de posturas e modo de vida para que seja possível fazer uma manutenção preventiva".
"Essa parceria tem sido maravilhosa, de excelência, porque todas as dúvidas que os nossos alunos têm sobre postura, o modo como eles devem se comportar no dia a dia, como sentar ou levantar, é esclarecido, até mesmo pela situação que nós brasileiros passamos, por esses planos de saúde não terem espaço suficiente para passar essa orientação. Então, esse projeto tem sido, realmente, muito enriquecedor para nós", declarou Rosimeire Silva Rodrigues, professora do 7º ano do Colégio Estadual Manoel Vitorino.
Emanuel Almeida dos Santos, de 14 anos, conta que é a primeira vez que recebe orientações sobre postura e que o que mais lhe chamou a atenção foi o modo de sentar. "Com essas aulas, a gente melhora nosso modo de olhar, levantar, agachar", ele diz que aprendeu "razoável", mas vai procurar saber mais sobre o assunto para poder passar o conhecimento em casa.
Evelin de Jesus Brás, de 12 anos, queixa-se de dores na cervical e, com a aula, aprendeu a melhorar a sua maneira de sentar. "Quando chegar em casa, vou falar com a minha mãe, meu pai e meus familiares para eles mudarem também.”