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25/05/2019
“A incidência de AIDS na população mais jovem, entre 14 e 24 anos, triplicou nos últimos anos. Por isso, é imprescindível educar esse grupo tendo como base informações sobre as formas de transmissão, o cenário epidemiológico e biomolecular do HIV”. Assim, explica o professor do curso de Medicina Rogério Grimaldi, coordenador do I Simpósio Básico em HIV/AIDS da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. O evento, que aconteceu nos dias 24 e 25 de maio, no Campus Cabula, contou com a participação de palestrantes renomados, como os doutores Bernardo Galvão, Geraldo Argolo, Giselle Calasans, Luana Góis, Lívia Pugliese, Rogério Grimaldi, Thaís Bomfim, Filipe Rego, Taísa Machado, Everardo de Carvalho, Carlos Brites e Paula Pires. Para o coordenador da iniciativa, preparar os profissionais da saúde para lidar com esses índices alarmantes é uma etapa fundamental.
A cerimônia de abertura foi realizada no dia 25 de maio, das 19h às 21h, e, além do coquetel de abertura, o primeiro dia de programação foi marcado pela palestra do Dr. Bernardo Galvão, o primeiro pesquisador que isolou o vírus HIV na América Latina. O professor e doutor abordou o histórico mundial e nacional do HIV, ressaltou a importância da ação destinada a profissionais e estudantes e parabenizou a grande adesão do público: “Os jovens de hoje não viveram a epidemia de HIV, já nasceram numa época em que havia tratamentos eficazes para o controle da infecção. No entanto, ainda hoje, esses tratamentos causam muitas reações adversas. Por isso, é sempre melhor prevenir do que remediar”. O coordenador do curso de Biomedicina, Geraldo Argolo, esteve presente durante a abertura do Simpósio e palestrou no segundo dia do evento.
Rogério Grimaldi evidenciou, em sua fala de abertura, que a população com idade a partir de 60 anos também tem sido vítima frequente da infecção, pois, com o aumento da expectativa de vida, essa faixa etária se tornou mais ativa, inclusive, sexualmente. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, em 2005, foram notificados 1.131 novos casos diários dentro desse grupo etário. Já em 2015, essa taxa subiu para 2.100 casos. As mortes em decorrência do HIV passaram de 577 para 1.251 no mesmo período e continuam aumentando, ou seja, para a terceira idade, tanto os novos casos de AIDS quanto os números de óbitos cresceram.
Cabe salientar que o déficit de informação em relação a infecções sexualmente transmissíveis, especificamente as decorrentes do HIV, ainda é bastante expressivo no país. Enquanto, em âmbito mundial, houve uma diminuição de 11% no total de casos de infecção pelo vírus entre 2010 e 2018, no Brasil, houve 3% de aumento dos casos nesse mesmo período”. Nesse primeiro evento, a proposta foi de melhorar as estratégias de prevenção da AIDS com apresentações informativas e discussões de temas relacionados à infecção”, complementa o Dr. Rogério.
Durante o evento, palestras com os temas: “Retrospecto Histórico dos Estudos Biológicos do HIV”, “Estrutura, Variabilidade Genética e Ciclo de Infecção e Replicação do HIV”, “Formas de Transmissão Viral: horizontal e vertical”, “Aspectos da Resposta Imune Contra o HIV-1”, “Suscetibilidade e Resistência à Infecção pelo HIV”, “Resistência à Terapia Antiretroviral: identificação das mutações”, “Progressão clínica para AIDS” e “Aspectos jurídicos, éticos e discriminação aos portadores de HIV”, compuseram a programação do dia 26 de maio, das 8h às 18h.
A estudante Maria Laís Mascarenhas, do 5º semestre de Medicina, relata que “foi muito interessante a participação de pesquisadores renomados, como o Dr. Bernardo Galvão, que é uma referência na América Latina. Para os estudantes, ter essa oportunidade enriquece a formação acadêmica e profissional”.