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XV Fórum Pedagógico (Sábado)

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XV Fórum Pedagógico chama a atenção para o autocuidado
Edição contou com palestrantes convidados e trouxe a arte e a autopreservação como caminhos para uma docência saudável.


Refletir a saúde mental de seu corpo docente foi o mote do XV Fórum Pedagógico da Bahiana, que aconteceu nos dias 16 e 17 de agosto, no Campus Cabula, e contou com a participação de convidados especiais, como a escritora baiana Mabel Veloso e acadêmicos de outras instituições: Mary Valda Souza Sales (UNEB) e Carlos Eduardo Soares de Freitas (UFBA e UNEB). Realizado anualmente, o evento é uma iniciativa do Programa Institucional de Desenvolvimento Docente (PROIDD), coordenado pela professora do curso de Odontologia, Sandra Brasil. Participaram de toda a programação a reitora da instituição, Dra. Maria Luisa Carvalho Soliani, a coordenadora de Desenvolvimento de Pessoas, prof.ª Luiza Ribeiro, as pró-reitoras de Ensino de Graduação e Pós-Graduação, Maria de Lourdes Freitas Gomes e de Extensão Carolina Pedroza, o pró-reitor de Pesquisa e Inovação em Pós-Graduação Stricto Sensu, Atson Fernandes, além de coordenadores de cursos de graduação e de pós-graduação e professores de todos os cursos da Bahiana.

Na manhã de abertura, os participantes receberam as reflexões da pesquisadora em educação e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade da UNEB, Mary Valda Souza Sales, do psicólogo e doutor em Ciências da Educação, Alessandro Marimpietri, e do professor da UFBA e da UNEB e coordenador de pesquisas sobre a Comissão da Verdade da Faculdade de Direito da UFBA, Carlos Eduardo Soares de Freitas, também mestre e doutor em Sociologia. A roda de conversa, mediada pelo médico e professor da Bahiana, Davi Nunes, teve como temática "Saúde mental do docente: o que está em nossas mãos?"

Segundo a professora Mary Valda, "cuidar da educação é muito mais do que o 'tomar conta'. Cuidar é respeitar, é ver o outro, é sentir o outro, é compartilhar, é ajudar, auxiliar. Então, cuidar é se avaliar. Isso é cuidado". A palestrante apontou ainda a importância da atuação do docente, dentro de uma perspectiva de coletividade. "Essa rede de cuidados já traz para a gente a perspectiva do tear, porque só conseguimos uma excelente obra de arte se a gente tem a contribuição de um coletivo. Acho que a proposta de pensar na questão ‘Saúde mental do docente: o que está em nossas mãos?’ é justamente para que a gente, como professor, pare, pense e traga esse cuidar primeiro para nós mesmos".

O professor Carlos Eduardo trouxe para o debate dados de sua pesquisa que resultou no doutorado: "Trabalho estranhado em professores do ensino particular em Salvador em um contexto neoliberal". Em sua fala, o professor e pesquisador foi crítico e cético em relação ao contexto atual do ambiente da educação no Brasil e lançou à plateia o seguinte questionamento: "Diante desse contexto brasileiro do 'ambiente' da educação, há um caminho para exercer a docência de forma saudável, sem sofrimento?"

Segundo a Dra. Maria Luisa Carvalho Soliani, o momento foi propício a grandes reflexões: "Nós trocamos muito, foi um momento muito especial. Foi muito bom recebermos dos palestrantes tudo o que foi compartilhado. Eu só gostaria de dizer que, apesar de o contexto ser difícil, é possível ser feliz e que a felicidade não está no sucesso, no dinheiro, na beleza física, ela é muito mais do que isso e ela tem seus momentos de tristeza, de dificuldades".

O debate trouxe falas de destaque, como a da professora do curso de Medicina da UFBA, Sumaia Boaventura André: "Estou profundamente mexida, não apenas sob o ponto de vista intelectual, pois tivemos aqui uma tempestade de ideias a partir de visões descortinadoras, mas também muito mexida emocionalmente, porque eu me senti contemplada na angústia desse tempo exacerbado. Tenho 65 anos, mas sou persistente e resiliente dentro da minha instituição e, evidentemente, que sou uma professora, educadora e me achei no ponto de vista de função social que exerço com muito amor e muito esforço, para me adaptar sucessivamente a mudanças."

E, em alguns momentos, houve a partilha de sentimentos, incômodos e soluções. "Vivemos um momento em que as tecnologias fazem com que meu trabalho seja aumentado, é nesse momento que temos um aluno quem vem de uma organização e de um aprendizado diferente do nosso e temos que estar preparados para recebê-los, pois nos é colocado que precisamos cuidar deles. Hoje somos convidados a escutar eles desse seu lugar, para que eles possam permanecer na faculdade e concluir o seu curso. Mas, quando acaba o dia, como estamos nós?", questionou a professora do curso de Psicologia da Bahiana Aline Tonheiro Palmeira.

Após o almoço, o fórum trouxe a leveza da arte. Em um primeiro momento, os docentes participaram de um exercício lúdico de dança, conduzido pelos professores de tango Vitor Rocha e Bianca Lima. Na sequência, um bate-papo leve sobre o tema "Onde arte e saúde se encontram?", com Dra. Maria Luisa Carvalho Soliani, a escritora Mabel Veloso, autora do livro "Farol", ilustrado pela professora da Bahiana que também participou da mesa, Caroline Feitosa. Em sua fala, Caroline explanou algumas inquietudes sobre o lugar do professor dentro da escola e na sociedade, a relação da arte com a saúde.

Com Mabel Veloso, os professores deixaram um pouco de lado o seu papel de docentes, vestiram a persona de estudantes e foram levados a visitar diversas histórias contadas com maestria pela professora, que culminou a sua participação contando a história de "Farol", uma homenagem aos educadores, cujo enredo traz um pai que brinca com os filhos de “O que você vai ser quando crescer?” e acaba se surpreendendo com a resposta da filha: "Vou mostrar por e onde seguir, caminhos seguros, onde as ondas da vida não deixem os barcos virarem. Vou ajudar a olhar longe, bem longe! Quero ser luz para clarear quem estiver na escuridão, sem saber fazer boas escolhas. Mostrarei os letreiros, as placas que indicam as melhores estradas a percorrer."

A parte final do encontro foi uma verdadeira aula de arte proferida pela Dra. Maria Luisa Carvalho Soliani. Artes plásticas, teatro, literatura e música foram apresentados em um panorama, apontando como essas linguagens fizeram parte de sua vida e contribuíram em sua formação e visão de mundo. Com os presentes, a reitora compartilhou um vídeo em que interpreta no piano uma peça do compositor Frédéric Chopin.

O segundo dia foi o momento de celebrar o tradicional Borboleguim de Ouro, premiação concedida a professores da Bahiana pelo seu alto desempenho no exercício da docência. Desta vez, foram contemplados o coordenador do curso de Odontologia da Bahiana, prof. Urbino Tunes, que, há 21 anos, está à frente do curso, e a coordenadora de Desenvolvimento de Pessoas, Luiza Ribeiro, também pedagoga e sempre participante dos projetos pedagógicos, como o Núcleo de Atenção Psicopedagócia – NAPP, onde já exerceu a coordenação e atuou no processo seletivo formativo da Bahiana. "Receber esse prêmio da Bahiana é um reconhecimento extraordinário. Estou bastante emocionado, porque isso remete a minha trajetória de trabalho de vinte e três anos. Foi uma caminhada de muitas conquistas no nosso curso de Odontologia: muitos alunos foram cursar mestrado, doutorado e fazer residência. Tudo isso nos proporciona um prazer enorme e muito orgulho. Sou grato a essa homenagem, e ela representa muitas pessoas que trabalham arduamente comigo", declarou o prof. Urbino Tunes.

"O Fórum Pedagógico é um momento importantíssimo para nós. Estamos na décima quinta edição e isso diz muito sobre a Bahiana, que acredita que é necessário ter momentos de encontro com foco em promover o desenvolvimento do corpo docente. A missão da nossa instituição é formar pessoas competentes e com senso de coletividade. Hoje também me sinto maravilhada, pois recebi essa premiação de surpresa e estou honrada. É como receber um presente de aniversário de família, pois a Bahiana é meu lar. Fico muito feliz e sou grata a Dra. Maria Luisa Soliani pelo reconhecimento", comemorou a prof.ª Luiza Ribeiro.

O momento também foi de importantes comunicados, como a 31ª colocação da Bahiana no Ranking Nacional do GPTW, que reuniu mais de 2.500 grandes empresas brasileiras, sendo, portanto, reconhecida como uma das Melhores Empresas para se Trabalhar no Brasil, em 2019. Conquistas acadêmicas de cada curso também foram anunciadas, como o selo SAEME do curso de Medicina, a internacionalização dos cursos por meio de parcerias com instituições de ensino de outros países e a nota 5, no MEC, do curso de Educação Física. "Nós tiramos 5 em todos os critérios exigidos pelo Ministério da Educação e outra coisa que gostaria de pontuar é o livro que lançamos como trabalho de conclusão de curso, dando valor aos alunos que já saem do curso com um capítulo publicado", informou o professor Ciro Queiroz.

Guiados pelas palavras da reitora Maria Luisa, todos os participantes se envolveram em uma grande dinâmica e, juntos, teceram uma gigantesca manta, na qual envolveram sentimentos de solidariedade, altruísmo, cuidado recíproco e autocuidado.

"O Balanço da Rede" foi o último painel que contou com as participações da professora Sandra Brasil, coordenadora do PROIDD, e Iêda Aleluia, professora do curso de Medicina, especialista em Educação e membro do PROIDD. O bate-papo foi mediado pela psicóloga, doutora em Educação (UNEB) e professora de Psicologia da UFFS, Ana Rita Queiroz Ferraz. "O objetivo de organizar um evento como esse é criar um espaço onde os professores de todos os cursos se encontrem para discutir algum tema que seja relevante para a trajetória acadêmica da atuação em saúde. Esse fórum é concebido a partir de discussões com os docentes durante todo o ano e, nesta edição, buscamos traçar uma abordagem que estimulasse a sensibilidade, percepção e reflexão sobre nós mesmos ", resume Sandra Brasil.

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