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04/08/2014
Os desafios que as diversas formas de violência encontradas na sociedade provocam na atuação do psicólogo foi a temática central da mesa-redonda que abriu o semestre letivo do curso de Psicologia, na última sexta-feira, 1º de agosto, no pátio do Pavilhão de Aulas da Unidade acadêmica Brotas.
A discussão teve como palestrantes a mestre em antropologia, Prof.ª Débora Ferraz de Oliveira, que abordou a violência sofrida pelos usuários e indivíduos envolvidos com as drogas ilícitas; o mestre em Cultura e Sociedade, Prof. Gilmaro Nogueira, que trouxe aos acadêmicos da Bahiana as questões relacionadas à violência e à sexualidade e o doutor em Ciências Sociais, Prof. Milton Júlio C. Filho que, então, abordou a violência sofrida por indivíduos infratores dentro e fora do sistema prisional.
Apesar de focos diferentes, os três defenderam a importância de essas pessoas, vítimas da violência - física, social, verbal e simbólica, serem ouvidas por psicólogos. "É importante que pensemos em dar escuta a esses sujeitos. Estar no crime também atribui muito sofrimento. A psicologia ouve muito pouco essas pessoas. A expressão desse sofrimento está no silêncio", destacou o Prof. Milton.
"Existe uma autorização da morte porque o sujeito é ligado ao tráfico de drogas. São mortes que não são investigadas. Existe uma grande responsabilidade da mídia nessa morte autorizada", apontou a Prof.ª Débora criticando os veículos de imprensa pela banalização da violência que é hoje aceita pela sociedade sem nenhum questionamento mais profundo. "Bandido bom, é bandido morto. É assim que eles apresentam esses casos".
A mesa-redonda foi coordenada pela Prof.ª Tatiana Sinay e contou com a participação da coordenadora do curso de Psicologia, Prof.ª Mônica Daltro, de professores do curso e de alunos calouros e veteranos.